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Tradicional Café de Flore, em Paris, adota QR Code para acesso ao menu

Após abertura do comércio francês, o estabelecimento queridinho dos turistas criou medida para evitar o toque à carta física

atualizado

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fachada-do-Cafe-de-Flore
1 de 1 fachada-do-Cafe-de-Flore - Foto: null

Já é comprovado que poucas pessoas frequentam restaurantes, bares e cafés apenas para se alimentar. Grande parte delas, na verdade, vai em busca de uma experiência completa que envolve tato, audição, paladar, olfato, e visão; sentidos percebidos pelo cliente desde o momento em que deixa sua casa. Sentar-se em um estabelecimento famoso mundialmente, que apareceu em filmes ou que carrega uma história marcante é, certamente, algo que marca a vida.

Assim é o Café de Flore, um dos mais tradicionais de Paris. Situado em Saint-Germain-des-Près e aberto em 1887, o espaço já recebeu figuras conhecidas, como Pablo Picasso, Hemingway e Alberto Giacometti.

Com a reabertura do comércio francês, após a Covid-19, o empreendimento teve uma brilhante ideia para adaptar o serviço às medidas de segurança: disponibilizar QR Codes para que os clientes possam escanear e ter acesso ao menu da casa, medida adotada para evitar o toque à carta física.

garçons usando máscara
O Café de Flore abriu as portas ao público com medidas de segurança
Tradição parisiense

Spot queridinho dos escritores franceses por quase 50 anos, o Café de Flore é icônico. Foi inaugurado como um espaço qualquer, mas, 10 anos depois, recebeu um rol de grupos políticos que impressiona. Dizem que, dali, nasceu o primeiro número do boletim mensal da Ação Francesa, em 1899.

Ponto de encontro dos amantes da literatura, filosofia e arte, o QG atraiu artistas como Guillaume Apollinaire, quase ao fim da Primeira Guerra Mundial, em 1917. O escritor traçava suas conhecidas obras por lá, enquanto o tempo corria. Ele foi pioneiro e levou um grupo de amigos seguidores, que logo viraram clientes fiéis. Entre eles, André Breton, Paul Réverdy, Louis Aragon e Paul Éluard.

xícara de café, livro, óculos
O estabelecimento era ponto de encontro dos amantes da literatura, filosofia e arte

O Café de Flore tinha concorrentes, como o Montparnasse e o Montmartre. Em 1930, o empreendimento instalou aquecedores a carvão potentes que climatizavam ambos os andares da casa e, também, os corações de pensadores da época. Eles se sentavam nas acomodações e por ali ficavam inspirados e confortáveis na produção de seus textos.

Admiradores do jazz foram outros artistas que se estabeleceram no café. O ponto de encontro já atendeu Boris Vian, Léo Ferré e Jacques Prévert.

Juliette Gréco dirige carro
Em 1959, Juliette Gréco dirige carro em frente ao café

Com imagem definida e fama para além da França, o Café de Flore é parada obrigatória para turistas que viajam rumo à Cidade Luz. No cardápio do estabelecimento, um precinho um pouco salgado, mas com diversas delícias, deixam boas lembranças a quem marca presença. O chocolate, por exemplo, é o favorito dos viajantes brasileiros.

Quem frequenta o local não pode deixar de fazer o registro nas redes sociais. A disputada varanda é pano de fundo da foto perfeita. O renome é motivo suficiente de homenagem em uma exposição na Galeria Anne & Just Jaeckin, com fotos inéditas de famosos clientes.

mesa de restaurante e rua ao fundo
A disputada varanda é pano de fundo da foto perfeita

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