Carnaval já começou. Área central de Brasília ferve com blocos de rua
No sábado (18/2) e domingo (19), 60 mil foliões, segundo a Secretaria de Segurança, foram às ruas no Distrito Federal em busca de diversão
atualizado
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O carnaval de rua de Brasília começou com força total no fim de semana. Ao todo, segundo a Secretaria de Segurança Pública, 60 mil brasilienses saíram às ruas para acompanhar os blocos.
No sábado (18/2), três blocos atraíram foliões para o região central da capital: o Galo Cego, no Setor Bancário Sul, o Tuthankasmona, no Setor Bancário Norte, e o Peleja, na 201 Norte. No domingo (19), os brasilienses seguiram blocos como o Encosta que Cresce, no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson, Cafuçu do Cerrado, no Setor Bancário Norte, e Falta Pouco, na Praça dos Prazeres, na 201 Norte.
A aposentada Rosimere Sarges, 56 anos, e a autônoma Karina Santos, 37, foram juntas ao bloco Encosta que Cresce para entrar no clima do carnaval. “Costumo ficar por aqui no feriado. Gosto dos blocos tradicionais”, contou Rosimere, moradora do Sudoeste. Karina, que reside em Águas Claras, também não troca a festa brasiliense. “Aqui costuma ser mais seguro, tem mais policiamento e dá para curtir com tranquilidade.”
Sábado
A concentração do Galo Cego estava marcada para as 13h, em frente ao bar Outro Calaf, mas às 15h ainda havia pouca gente. O movimento começou a aumentar por volta das 16h. A expectativa dos organizadores é de que até 10 mil pessoas passassem por lá.
Diversão e protesto
A supervisora de atendimento Lilian Rocha, de 38 anos, e o marido, Vinicius Dias, também 38, administrador, foram fantasiados de anjo negro. Eles participaram do bloco no ano passado, mas quiseram caprichar mais na fantasia desta vez. O casal estava com um grupo de amigos que também usava fantasia preta.
Gostamos muito da cor preta, mas também nos vestimos assim para representar o simbolismo da situação que o país está vivendo
Lilian Rocha, 38 anos, foliã
Já Gabriella Barbiato, de 46 anos, bateu ponto pela quinta vez ao Galo Cego. Estava com o marido, Roger, 53, e as filhas Sofia, 9, e Giulia, 15. Todos vestidos de “superfamília”. “Adoro este bloco. Gosto do público, das músicas, das marchinhas. É um ótimo ambiente.”
Megahair e purpurina
Por volta das 17h, o Bloco Tuthankasmona estava animadíssimo. Havia cerca de 600 pessoas segundo a Polícia Militar, mas a organização esperava que o número de foliões chegasse a 2 mil. De qualquer forma, os amigos Pedro Martins, 31, publicitário, Márcio Barrios, 33, professor, e Benhur Cardozo, 52, dentista, já estavam curtindo bastante. Participando do bloco pela primeira vez, eles foram atraídos pela música pop, pelo pessoal animado e pelos comentários positivos que ouviram. “Já estou há duas semanas curtindo o carnaval de rua. Gosto muito mais do que em lugares fechados. Não quero ter de pagar pela animação que temos aqui de graça.”
Supermaquiada e bem produzida, Dakota Overdoze, 19 anos, caprichou no megahair loiro, nos cílios postiços purpurinados e no batom rosa choque para brilhar no Tuthankasmona. “Brasília precisa de mais blocos de carnaval como esse. O pessoal que está aqui está livre, em casa, se divertindo.”
Brincadeira politizada
Pertinho dali, na 201 Norte, o Bloco do Peleja também arrastava um público considerável. Jovens e maduros brincando de carnaval juntos ao som de samba. A banda tocou até 17h30 debaixo das tendas e, depois, o pessoal colocou o bloco na rua.
A brincadeira aqui, entretanto, é mais politizada. As letras dos clássicos da velha guarda se intercalavam com os discursos contra o governo. Os amigos Thiago Sabino, 34 anos, professor, e Micheli Santini, 31, atriz, curtiram o Peleja sem perder de vista os direitos sociais e a luta política.
“Estou aqui porque já é um samba tradicional em Brasília. Também, devido à questão política, é preciso prestigiar esse trabalho”, disse Thiago. “Nada melhor que lutar com alegria”, completou Micheli.
A organização diz que a expectativa é de que passem 3 mil pessoas pelo evento, mesmo número do ano passado.
De acordo com a Secretaria de Cultura, 118 blocos participam do carnaval de rua no DF este ano. Somados às demais comemorações, são 190 eventos cadastrados — 105 no Plano Piloto e 85 em outras 21 regiões. A estimativa é receber 1,9 milhão de pessoas nessas festividades e 1,6 milhão nos quatro dias de carnaval.
Na segunda-feira (20), ainda tem o bloco Me Engole que eu sou Jiló que vai as ruas às 19h, na 201 Norte. O descanso será de apenas dois dias, pois de 22 de fevereiro a 1º de março as festividades serão diárias.