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Carnaval em Brasília é tão variado que possui até um bloco medieval

Trajados com kilts (saia masculina típica escocesa), os integrantes do Espírito Celta saem às ruas nesta terça-feira (28/2)

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1 de 1 bloco-celta-tonywinston-agenciabrasilia - Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Longe da tradição das marchinhas carnavalescas, o bloco Espírito Celta levará outros costumes ao público de Brasília em 2017. Com som autoral inspirado nas músicas escocesas e irlandesas do período medieval, os foliões se reúnem na Praça dos Prazeres (201 Norte), nesta terça-feira (28/2), data oficial da folia neste ano.

A ideia de criar o grupo surgiu em 2015, quando Raphael Barros Dorneles, de 35 anos, inspirado pelo crescente número de foliões na capital, sugeriu uma festa para o público específico. “São sonoridades alegres, dançantes, que, de certa forma, dialogam com o espírito carnavalesco, mesmo que não sejam comuns à época”, define o instrutor de ioga, que também atua como DJ nas apresentações. “É um espaço para aqueles que não gostam de carnaval, ou que não gostavam, até agora.”

Trajados com kilts (saia masculina típica escocesa), os integrantes do bloco se divertem com sonoridades dos ritmos folk, celta e medieval e inspirados na produção escocesa, russa, mongol e nas irish drinking songs — canções comuns nos pubs irlandeses, feitas para beber.

A música do bloco Espírito Celta vai ficar por conta do quarteto Kiaulles, do qual faz parte o gaitista e vocalista Caetano Rojas, de 34 anos. “Nosso repertório é grande, mas, depois de cerca de uma hora e meia de show, tocamos também alguns ritmos da música popular brasileira e do blues”, explica. O Kiaulles inclui ainda cajón, teclado, viola de gamba e violão.

Para a terceira edição carnavalesca, eles preparam duas novidades: a música tema da série Game of Thrones e Asa Branca, de Luiz Gonzaga, clássico do baião. “Acreditamos que a música é o alimento do espírito, e é essa energia que queremos levar ao público”, defende Rojas, que chega a tocar oito gaitas diferentes em um show. Os instrumentos variam em relação ao timbre e à afinação.

Entre as fantasias dos foliões para a festa, os organizadores apostam nas referências dos últimos anos, como roupas de camponeses, armaduras, trajes de dança do ventre e personagens de role-playing game (RPG), como fadas e gnomos. Em 2016, cerca de 400 pessoas compareceram ao evento, mas a expectativa para este ano está mais alta. “Com mais apoio para estrutura e divulgação, acreditamos que mais gente queira conhecer nosso trabalho”, torce Dorneles. Para os próximos anos, a ideia é fazer um evento entre os pinheiros do Parque da Cidade, para que todos dancem como se estivessem na floresta.

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