MP investiga possíveis fraudes em concurso para delegados em Goiás
Promotora achou estranho o fato de muitas pessoas terem tirado notas altas em um certame considerado difícil
atualizado
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O Ministério Público de Goiás investiga possíveis fraudes no concurso para delegado de polícia, realizado no estado no dia 5 de fevereiro. Segunda a promotora que moveu a ação contra o certame, um dos indícios de irregularidades é o alto número de notas altas em uma prova considerada difícil.
O concurso foi divulgado ainda no segundo semestre de 2016 e serviria para selecionar 36 delegados para a Polícia Civil de Goiás. Os salários partiam de R$ 15,2 mil e ao menos 13,3 mil pessoas se inscreveram para a prova.
O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), antigo Cespe e organizador do certame, foi convocado para uma reunião com a promotora.
Em nota, o Cebraspe informou que ainda não foi notificado, mas que ajudará nas investigações.
“Por oportuno, o centro destaca que a segurança dos eventos que realiza é uma prioridade nessa Instituição e que as medidas de controle de irregularidades em concursos são alvo de constante aperfeiçoamento. Por prezar pela absoluta lisura e transparência em todas as atividades que realiza, o Cebraspe esclarece que, caso seja constatado processo ilícito em qualquer seleção sob responsabilidade deste centro, a qualquer tempo, será aplicada penalidade cabível para este tipo de situação, conforme regras editalícias que regem os eventos.
Por fim, o Cebraspe informa que contribui continuamente com os órgãos de controle a fim de garantir a legalidade e a isonomia em todos os eventos que realiza”, alegou a instituição na nota.
Suspensão em Brasília
As investigações de fraudes em concursos também têm sido frequentes em Brasília. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou, nesta terça-feira (7/3), a anulação do concurso para soldado condutor e operador de viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do DF.
O órgão justificou o pedido baseado em mais de 100 denúncias de irregularidades sobre o certame que chegaram ao conhecimento do MPDFT. Diante destas informações, a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público (Prodep) recomendou que o Comando-Geral dos Bombeiros anule, em 48 horas, a primeira etapa do concurso para o cargo de soldado condutor e operador de viaturas.