metropoles.com

Se Samarco não operar, faltarão recursos para indenizações, diz Vale

Até aqui, a Samarco já realizou investimentos em compensações que totalizam “algumas centenas de milhões de dólares”, afirmou o diretor da empresa Rogerio Nogueira

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Antonio Cruz/Agência Brasil
Barragem_Mariana_MG_09112015_004
1 de 1 Barragem_Mariana_MG_09112015_004 - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A mineradora Samarco – pertencente à Vale e à BHP Billiton – têm condições de retomar as operações ainda em 2016, mas isso depende de liberação de licenças que passam por decisões técnicas, políticas e sociais, de acordo com análise de diretor de controladoria e relações com investidores da Vale, Rogério Nogueira.

O executivo ponderou, no entanto, que a data para retomada das operações permanece incerta. Por conta desse cenário, ele admitiu a possibilidade de faltarem recursos futuramente para cumprir com as obrigações impostas para compensações dos estragos provocados pela ruptura da barragem. Até aqui, a Samarco já realizou investimentos em compensações que totalizam “algumas centenas de milhões de dólares”, conforme mencionou o diretor durante reunião promovida pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), na capital paulista.

Se faltarem recursos, Nogueira afirmou que a Vale considera realizar aportes, embora as dívidas da Samarco não contem com garantias do acionistas, segundo o executivo. “A dívida da Samarco não tem garantia dos acionistas. Então, qualquer aporte que venhamos a fazer, tem a perspectiva de retomada das operações. Não iremos fazê-lo se não houver a perspectiva de que a Samarco voltará a operar”, afirmou.

Acordo
Nogueira acrescentou que o acordo assinado por Samarco, Vale e BHP Billiton atribui aos acionistas apenas uma responsabilidade subsidiária. Ou seja, os acionistas só fariam aportes no caso de incapacidade financeira da Samarco. Isso, porém, não é o cenário mais provável, ponderou o diretor. “O nosso cenário-base é de que a Samarco tem condições de voltar a operar”, frisou.

Nogueira explicou que a única parte afetada da cadeia industrial da Samarco foi a barragem para depósito de rejeitos, o que poderia ser contornado em caráter transitório por meio da deposição dos rejeitos em cavas até que uma solução definitiva seja implantada.

“Estamos com um processo de licenciamento para voltarmos a operar com a Samarco. Tendo isso, a retomada é relativamente simples. Há condições de voltar a operar neste ano, mas isso depende do apoio da sociedade”, afirmou há pouco o executivo.

Revisão
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), afirmou em maio que iria rever o acordo firmado entre o governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton para recuperação socioeconômica e ambiental da tragédia em Mariana (MG).

O acordo previa R$ 20 bilhões de investimento por parte das empresas na recuperação da região. Segundo o ministro indicou na ocasião, o acordo dá brechas para o descumprimento de obrigações legais, além de não ter sido devidamente discutido com a sociedade, na sua visão.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?