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Recife usa centro multidisciplinar para tratar microcefalia

Lá, o vínculo entre mães e bebês é estimulado, fator considerado pelos médicos como imprescindível para a evolução das vítimas da má-formação

atualizado

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1 de 1 microcefalia - Foto: Divulgação

O atendimento aos bebês com microcefalia no Recife tem como unidade principal o Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI), centro responsável pelo trabalho de reabilitação das crianças. Lá, o vínculo entre mães e bebês é estimulado, fator considerado pelos médicos como imprescindível para a evolução das vítimas da má-formação.

O serviço funciona na Policlínica Lessa de Andrade. Ele é composto por ambulatório multiprofissional especializado em desenvolvimento infantil. As crianças recebem estimulação sensoperceptiva e psicomotora e, com as mães, têm acompanhamento pediátrico e neurológico. Passam ainda por especialistas em terapia ocupacional, fonoaudiologia, nutrição, assistência social e psicologia.

“A estimulação precoce é o que vai ser o diferencial para o desenvolvimento cognitivo, motor e social”, diz a diretora da Policlínica, Priscila Ferraz, contando que os pacientes chegam ali encaminhados pelas maternidades e pelos postos de saúde públicos.

A dona de casa Crislayne Cristina, de 19 anos, foi ao núcleo com o filho Pietro Rafael, de 10 meses, encaminhada por um posto de saúde. Após meses de tratamento, ela se diz feliz com a evolução do filho. “Pietro não sentava e agora senta. Espero que, com a evolução do tratamento, ele possa falar, andar, estudar, jogar bola e trabalhar.”

Os especialistas do núcleo trabalham em conjunto com outra equipe, a do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf). Os bebês e suas mães passam por sessões de 30 minutos por especialidade.

Atualmente, 53 crianças do Recife são acompanhadas pelo NDI, como é o caso do filho da dona de casa Alexsandra Maria da Silva, de 35 anos. Ela é outra mãe que notou a evolução do filho – Diogo Ercílio Silva dos Santos, de 10 meses. “Ele levanta a cabeça, olha para as pessoas e abre as mãos. Antes ele não fazia nada disso.”

Diogo vai ao núcleo às sextas-feiras. Passa pelo terapeuta ocupacional, pelo fisioterapeuta e pelo fonoaudiólogo. Uma vez por mês, a consulta inclui a avaliação de um neurologista e de um pediatra. “O nosso objetivo é estimular as etapas motoras da criança. Aquelas com problemas neurológicos têm atraso do sistema motor. Daí a importância de fazer o máximo de atividades para estimular esse sistema”, diz a fisioterapeuta Valéria Barros.

Terapeuta ocupacional do NDI, Consuelo Figueira diz que o afeto das mães no início da vida dos bebês é a parte mais importante para a continuidade do trabalho. “O olho no olho da mãe com o bebê é fundamental.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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