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Minas já tem 25 óbitos por febre amarela. São Paulo apura 4

Outros 46 óbitos suspeitos ainda são investigados. No pior surto da história do Estado, já são 272 casos suspeitos em 38 municípios

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Jéssica, assassinada em Ceilândia – Brasília(DF), 15/06/2016
1 de 1 Jéssica, assassinada em Ceilândia – Brasília(DF), 15/06/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O número de mortes confirmadas por febre amarela em Minas Gerais subiu para 25, segundo boletim divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde. Outros 46 óbitos suspeitos ainda são investigados. No pior surto da história do Estado, já são 272 casos suspeitos em 38 municípios – 47 confirmados.

Até anteontem, a pasta registrava 23 mortes e 34 casos confirmados. Por segurança, o governo também decidiu fechar, temporariamente, os parques do Rio Doce e da Serra do Brigadeiro, no sudoeste do Estado, nas áreas de contágio, a cerca de 250 quilômetros de Belo Horizonte. A ideia é evitar o contato de visitantes com mosquitos.

No Espírito Santo, o número de casos suspeitos subiu ontem para 11, segundo o governo capixaba – o último balanço do Ministério da Saúde, anteontem, era de 8 casos. Nenhum foi confirmado. Após receber 500 mil doses de vacina nesta semana, o Espírito Santo pediu ao governo federal outras 500 mil doses.

Drama
Uma das vítimas da febre amarela em Minas, o serralheiro Silvano Rosemberg Schirmer, de 57 anos, foi enterrado ontem em Ladainha, no Vale do Mucuri, a 515 quilômetros de Belo Horizonte. Apesar de serralheiro, Schirmer vinha fazendo bicos como trabalhador rural e tinha por hábito pescar em um rio que corta a região. Segundo seu sobrinho, Silvano de Oliveira, o tio chegou a tomar a vacina contra a doença. Mas a imunização só veio após ter sido contaminado, conforme suspeita a família.

“Há uns dez dias ele, depois de voltar da zona rural, contou ter encontrado um macaco morto no caminho. Prometeu que iria ao posto de saúde tomar a vacina e foi. Mas estava muito cheio e não quis esperar”, conta o parente, de 38 anos, administrador de um sítio na região.

Depois, ele passou a reclamar de dores de cabeça. “Tomou a vacina, mas acho que já era tarde demais”, acrescentou Oliveira. Schirmer morreu em Teófilo Otoni, para onde foi transferido quando ficou com provado o quadro de febre amarela.

Divorciado, ele deixa uma filha. O sobrinho correu para se precaver. “Eu mesmo não sei onde coloquei o meu cartão de vacinação, mas fui ao posto e já estou imunizado”, diz. Com cerca de 17 mil habitantes, Ladainha tem o maior número de mortes confirmadas em Minas: oito, quase um terço das 25 no Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Casos em São Paulo
A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo informou nessa sexta-feira (20/1) que quatro pessoas morreram no Estado com suspeita de febre amarela neste mês. Todas as vítimas haviam viajado para Minas, onde há um surto da doença, o que indica, de acordo com a pasta, que a transmissão tenha ocorrido fora do território paulista. Mesmo assim, a secretaria pediu doses extras da vacina ao Ministério da Saúde para intensificar a imunização no interior do Estado, área de risco.

Dos quatro óbitos, três aconteceram na capital e o outro em Américo Brasiliense, na região de Araraquara. Uma das vítimas mortas na cidade de São Paulo era moradora de Santana do Parnaíba, na região metropolitana, mas teve o óbito confirmado na capital porque estava internada no Instituto Emílio Ribas, na zona oeste. As outras duas mortes registradas na capital aconteceram no Hospital Municipal do Campo Limpo, na zona sul.

Embora as quatro vítimas tenham viajado para Minas, não está totalmente descartada a possibilidade de o paciente de Américo Brasiliense ter sido infectado em alguma área rural da própria cidade paulista. “O que nos deixa em dúvida é que esse paciente viajou para Divinópolis, cidade mineira onde não há surto. Então estamos investigando para saber se a infecção aconteceu no Estado de São Paulo ou no de Minas”, explica Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças.

De acordo com Boulos, as quatro vítimas paulistas eram homens e jovens. “Tivemos dois óbitos de pessoas de 23 anos e os outros nessa mesma faixa etária”, afirmou ele. Além das quatro mortes, há ainda outros dois casos da doença em investigação no Estado, nos quais os pacientes estão em recuperação.

Caso confirmadas, essas serão as primeiras mortes por febre amarela registradas em território paulista neste ano. No ano passado, dois óbitos pela doença foram notificados: um em Ribeirão Preto, em dezembro, e outro em Bady Bassit, região de São José do Rio Preto, em abril. Nesses dois casos a infecção pela doença foi autóctone, ou seja, de transmissão local. Em ambos os registros, porém, a contaminação aconteceu fora da área urbana.

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