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Cúpula da cardiologia do Einstein cai por suposto esquema de próteses

Dois médicos que comandavam o Centro de Intervenção Cardiovascular do hospital de São Paulo, um dos mais conceituados do país, foram afastados após denúncias de que têm relações “espúrias” com empresa fornecedora de próteses cardíacas

atualizado

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Hospital Albert Einstein
1 de 1 Hospital Albert Einstein - Foto: Divulgação

A suspeita da existência de um esquema envolvendo a máfia das proteses não se restringe ao Distrito Federal. Em São Paulo, dois médicos do Hospital Albert Einstein, um dos mais conceituados do país, foram denunciados anonimamente à polícia por ligação “espúria” com uma empresa fornecedora de próteses cardíacas e acabaram afastados da unidade. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Os médicos denunciados, Marco Antonio Perin e Fábio Sandoli de Brito Júnior, estão entre os principais nomes do país na área cardiológica e comandavam juntos o Centro de Intervenção Cardiovascular do Einstein até junho deste ano.

De acordo com um comunicado do hospital, as  denúncias traziam “diversas provas sobre o envolvimento espúrio” dos dois especialistas com fornecedoras de próteses cardíacas, entre elas, a CIC Cardiovascular, que tem como sócia Fátima Martins, enfermeira do Einstein nos anos 1980 e que, em 2012, criou essa empresa.

Uma investigação interna aberta logo após as denúncias analisou os e-mails corporativos e detectou repasses de dinheiro para contas de profissionais feitos por pessoas ligadas a essa fornecedora. De acordo com as investigações, os contatos ocorriam ao menos desde 2012, via repasse de recursos, de viagens e presentes.

Foi possível verificar que Marco Antonio Perin teria recebido da CIC Cardiovascular mais de R$ 200 mil e Brito Júnior, R$ 100 mil. Além disso, uma apuração interna detectou um aumento de 541% na compra de stents farmacológicos nos anos de 2012 e 2013 e identificou ainda uma “clara preferência” dos médicos pelos produtos fornecidos pela CIC.

O caso foi levado à polícia para que seja investigado se os médicos determinaram a realização de implantes desnecessários de próteses, apenas para alavancar os lucros da fornecedora e receber comissões por isso. Porém, ainda não há nenhuma prova de que isso tenha ocorrido.

Os médicos denunciados negam terem cometido irregularidades. À reportagem da Folha de S. Paulo, Brito Júnior afirmou que se tratava de um “assunto antigo” já esclarecido com a direção do hospital. “Não tenho absolutamente nada a ver com isso. Nunca recebi nada (de fornecedor).” Já Perin disse que ele e mais dois médicos emprestaram dinheiro a uma amiga, sócia da CIC, e que o valor foi devolvido por depósitos.

 

 

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