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Temer antecipa encontro com Cármen Lúcia após massacre em presídio

Auxiliares do presidente disseram que é necessário o Judiciário ajudar a encontrar soluções para o problema da superlotação carcerária

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Cerimônia de posse da ministra Cármen Lúcia na Presidência do STF – Brasília – DF 12/09/2016
1 de 1 Cerimônia de posse da ministra Cármen Lúcia na Presidência do STF – Brasília – DF 12/09/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O presidente Michel Temer vai se reunir neste sábado (7/1) com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, para tratar da crise nos presídios, escancarada após as rebeliões em Manaus e em Roraima, que terminaram em massacres. Em conversas reservadas, auxiliares do presidente comparam a guerra entre facções criminosas a um “barril de pólvora” prestes a explodir e dizem que é necessário o Judiciário ajudar a encontrar soluções para o problema da superlotação carcerária.

Temer conversou na sexta (6) por telefone com Cármen Lúcia. O encontro entre os dois estava marcado para domingo, mas o presidente solicitou que fosse antecipado, diante da gravidade da situação. Temer está muito preocupado com o “efeito dominó” das rebeliões, que podem pipocar em várias regiões do país.

Até agora, o Palácio do Planalto não conseguiu acertar o passo na estratégia de comunicação ao indicar que a segurança pública é, em primeiro lugar, uma questão a ser tratada pelos estados. Nos bastidores, até mesmo ministros admitem que o governo federal passou uma imagem de “omissão” logo na virada do ano.

Na tentativa de não levar a crise para o Planalto, Temer demorou a se posicionar sobre a matança no presídio de Manaus. Depois, falou em “acidente pavoroso” e a expressão usada ganhou mais destaque do que as medidas anunciadas, como a construção de cinco presídios federais, consideradas um “factoide” até por aliados.

Ainda nesta sexta, horas depois de o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciar as diretrizes do novo Plano Nacional de Segurança, uma polêmica envolvendo a recusa do governo federal em enviar tropas da Força Nacional para reforçar a segurança nos presídios de Roraima, meses antes da rebelião, provocou mal-estar no Planalto.

Interlocutores de Temer atribuem a Moraes boa parte dos problemas de comunicação em relação à crise nos presídios. Na quinta-feira (5), minutos antes da reunião do Núcleo Institucional do governo, um ministro que participaria do encontro perguntou onde estava Temer. “Alexandre de Moraes já privatizou o presidente”, respondeu outro colega, irônico, ao lembrar que o titular da Justiça é pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo.

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