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Temer afirma que é vítima de ilação e que denúncia de Janot “é ficção”

Na segunda (26/6), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção

atualizado

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1 de 1 michel temer - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um dia após ser denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva, o presidente Michel Temer (PMDB) se pronunciou nesta terça-feira (27/6). No discurso, o peemedebista afirmou que foi “vítima de uma infâmia de natureza política” e classificou a denúncia de Janot como “ficção”.

Na segunda-feira (26), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de corrupção passiva. A acusação está baseada nas investigações iniciadas a partir do acordo de delação premiada de um dos donos da JBS, Joesley Batista.

O peemedebista criticou Rodrigo Janot e sugeriu que o procurador-geral o acusou sem provas. Falou que foi vítima de um ataque injurioso e “infamante à minha dignidade pessoal”. “Criaram uma trama de novela. Digo sem medo de errar que a denúncia é uma ficção”, complementou o presidente. Ele relembrou sua carreira como advogado e ressaltou que, sobre o aspecto jurídico, está tranquilo.

O presidente não poupou críticas a Joesley. Para Temer, o empresário foi movido pelo “desespero de se safar da cadeia”. “Descobri o verdadeiro Joesley, o bandido confesso, quando revelou os crimes que cometeu sem nenhuma punição.”

Em seguida, o presidente confirmou o encontro com o empresário, em março, no Palácio do Planalto, e o qualificou como, à época, o maior produtor de proteína animal do Brasil.

Na sequência, Temer classificou a conversa gravada por Joesley como “prova ilícita”. Ele encerrou a fala salientando que não lhe falta coragem para seguir na reconstrução do país e na defesa de sua dignidade pessoal.


Acusação

Janot atribui crime a Temer a partir do inquérito da Operação Patmos — investigação desencadeada com base nas delações dos executivos do grupo J&F, que controla a JBS. O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) também foi denunciado pelo mesmo crime.

A Polícia Federal prendeu Loures em 3 de junho por determinação do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Em abril, o ex-assessor especial da Presidência foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil, que teria sido enviada por Joesley Batista. O dinheiro, afirma Janot, seria destinado a Temer.

Na denúncia, Janot pediu multa de R$ 10 milhões ao peemedebista a título de danos morais coletivos. Ao ex-deputado federal e ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures, Janot pediu penalidade de R$ 2 milhões.

A ação proposta por Janot não pode ser aberta diretamente pelo Supremo. O ministro Fachin terá de enviar a acusação formal do procurador-geral à Câmara dos Deputados, que pode autorizar a abertura do processo contra o presidente — é necessária a aprovação de dois terços dos 513 deputados.

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