metropoles.com

Senado entra com recurso no STF contra afastamento de Renan

O ministro Marco Aurélio de Mello pediu o afastamento do peemedebista nesta segunda-feira (5/12)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
senado 2
1 de 1 senado 2 - Foto: Divulgação

O Senado Federal entrou na manhã desta terça-feira (6/12) com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, que na segunda (5) afastou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) do cargo de presidente do Senado.

Para pedir a análise do caso com urgência pelo STF, os advogados apontam que o afastamento do peemedebista pode prejudicar a votação da PEC do teto de gastos públicos. “Não é nenhum segredo que a administração da pauta de votações do Senado Federal resulta de acordo de líderes e da vontade do Presidente da Casa; e, nestes componentes, a posição do Presidente é determinante para o seu sucesso. O afastamento do Presidente do Senado às vésperas do recesso constitucional enseja enorme risco para a manutenção do andamento normal dos trabalhos legislativos”, escreveram os advogados da Casa.

“Por outro lado, é notório o esforço que o Poder Executivo solicitou à sua base para a votação de matérias de enorme relevo institucional, como, por exemplo, a PEC do Teto de Gastos (PEC n 55, de 2016), que poderia restaurar a credibilidade econômica e das finanças do governo. Nesse sentido, a medida impugnada causa enormes prejuízos ao já combalido equilíbrio institucional e político da República”, argumenta.

Reconsideração
Na peça, o Senado pede em nome do peemedebista que o ministro Marco Aurélio reconsidere a decisão de segunda-feira ou então que a liminar seja julgada o quanto antes pela Corte – em sessão extraordinária convocada para isto ou, “no máximo”, na primeira sessão ordinária, prevista para a quarta-feira (7).

O ministro tem sinalizado que deve pedir manifestação de órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU) antes de liberar o caso para o plenário, o que poderia atrasar a análise do afastamento de Renan pelo plenário do STF.

O caso também pode ser levado ao plenário se o ministro Dias Toffoli liberar pedido de vista feito em ação que discute a possibilidade de réus assumirem cargo na linha sucessória da presidência da República. Há ainda uma ação com o ministro Luiz Edson Fachin sobre o mesmo tema, no qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede o afastamento de Renan da presidência do Senado.

Cámen Lúcia
A ministra Cármen Lúcia disse, nesta terça-feira, que não vê um ambiente de “retaliação” entre os Poderes e deixou em aberto a possibilidade de o plenário do STF julgar nesta quarta-feira a liminar do ministro. “Não vejo retaliação entre os Poderes. Há julgamentos agora no curso deste ano sobre autoridades públicas, mas os Poderes atuam de maneira harmônica. Todo mundo respeita a competência do outro”, disse Cármen.

Cármen Lúcia afirmou também que a atual conjuntura política brasileira – com o impeachment de Dilma Rousseff, a queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o afastamento de Renan – representa um “teste para a dinâmica das instituições democráticas”.

“Se as instituições estivessem mais fracas, nem nós – Poder Judiciário como um todo – teríamos capacidade de produzir jurisprudência, e fomos capazes”, comentou a ministra.

“Teste”
Questionada sobre as mudanças nas presidências da República (impeachment de Dilma), da Câmara dos Deputados (afastamento e cassação de Eduardo Cunha) e do Senado Federal (afastamento de Renan) no segundo semestre deste ano, Cármen avaliou que o Brasil passa por um “teste”.

“Vejo um teste, quase um desafio, especialmente para nós que estamos nos cargos de responsabilidade, para que o Brasil – num momento de crise financeira, crise fiscal, crise ética, em uma tentativa de dar resposta as crises éticas -, para que a gente continue mantendo a rota”, destacou a ministra.

“Eu vejo um teste para a dinâmica das instituições democráticas, mas não vejo uma fragilidade”, ressaltou Cármen, que lembrou que o Brasil vive um ano de muitas dificuldades, como o desemprego.

Questionada se o País seria aprovado no teste das instituições, Cármen respondeu: “Não temos a chance (de ser reprovados). Eu acho que passaremos, sim (no teste de fortalecimento das instituições)”.

Liminar
A ministra disse que ainda não conversou com Marco Aurélio sobre a decisão liminar de afastamento de Renan, mas indicou que, se o processo for liberado pelo relator, a liminar poderá ser levada ao plenário nesta quarta-feira.

Outra possibilidade de analisar o caso seria se o ministro Dias Toffoli liberasse a ação da Rede Sustentabilidade para julgamento do mérito no Pleno – ele pediu vista durante o julgamento da ação em que o STF definirá se réus podem estar na linha sucessória do presidente da República. “Tudo o que for urgente pro Brasil, eu pauto com urgência”, afirmou Cármen.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?