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Rosso: não é o fim do Centrão, mas o início de um padrão da base Temer

Para Rogério Rosso não é o fim do Centrão, mas o início de uma consolidação do padrão da base Temer, é o início de um novo momento partidário

atualizado

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rogerio rosso e rodrigo maia
1 de 1 rogerio rosso e rodrigo maia - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Derrotado na disputa pela presidência da Câmara após racha dentro do Centrão, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), considerou nesta sexta-feira (15/7) que o episódio não coloca fim ao grupo, mas ajudará na formatação de uma nova composição da base aliada do governo. Rosso foi derrotado no segundo turno da disputa, realizada na madrugada desta quinta-feira, 14, pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que conduzirá a Casa até fevereiro de 2017.

“Não é o fim do Centrão, mas o início de uma consolidação do padrão da base Temer. É o início de um novo momento partidário”, ressaltou o líder do PSD em coletiva realizada na Câmara. Rosso disse não guardar “mágoas” pelo fato de o Palácio ter apoiado a candidatura de Maia.

Rosso também minimizou as declarações dadas pelo presidente em exercício, Michel Temer, que em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo falou em “desidratar” o Centrão (PSD, PP, PR, PTB, PSC e partidos nanicos) e a antiga oposição (PSDB, DEM, PPS). “É preciso unificar isso. Quero que seja tudo situação”, afirmou Temer.

“O presidente me ligou e me perguntou se eu tinha visto a capa do Estadão. Falei que interpretei a manchete como absoluta verdade porque a matéria em si dá uma linha não de que o Centrão acabou, mas que pela configuração da eleição, as forças aqui internas vão se agrupar. Eu concordo”, ressaltou Rosso.

Na análise dele, a derrota na disputa pelo comando da Casa também revelou que o Centrão, arquitetado pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passou a ter uma imagem negativa entre a maioria dos deputados. “Eu sempre tenho evitado. O Centrão já foi um dia um nome não pejorativo. Mas hoje é”, queixou-se. O deputado também considerou que acabou sendo enfraquecido pelos adversários que o atrelaram como o candidato de Cunha.

“Para enfraquecer qualquer candidatura a estratégia mais básica seria vincular ao deputado Eduardo Cunha, que vive uma situação muito difícil do ponto de vista político. Se fosse uma candidatura de Eduardo Cunha você não teria tantas candidaturas dos partidos do centro ou você teria só uma do PMDB, onde vários parlamentares são historicamente amigos de Cunha”.

Na análise do deputado, o fato de ele ter sido o presidente da comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff também foi crucial para que a bancada do PT, segunda maior da Casa, apoiasse Rodrigo Maia na disputa. Rosso não descartou, porém, disputar o posto novamente em fevereiro de 2017, quando estará em jogo um mandato de dois anos para o comando da Casa. “Se em 15 dias o cenário muda quatro vezes, até lá vai mudar muito mais, portanto é muito cedo”.

Ao ser questionado sobre a votação do processo de cassação de Cunha, Rosso informou que a bancada será liberada no dia da votação, prevista para ocorrer em agosto. “O PSD tem essa característica de liberar a bancada. Ontem os quatro votos na CCJ foram contra ele Eduardo Cunha… a bancada tem a consciência do que precisa ser feito e os resultados já mostram a tendência”, disse.

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