Relembre a trajetória do ministro Teori Zavascki em 12 fatos
Relator da Lava Jato, Teori morreu na tarde desta quinta-feira (19/1) após queda de avião em Paraty, no Rio de Janeiro
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki morreu na tarde desta quinta-feira (19/1), após a queda do avião em que ele viajava com outras quatro pessoas, no mar de Paraty, Rio de Janeiro.
Teori era responsável por analisar todos os processos da Operação Lava Jato, que investiga empresários e políticos envolvidos em esquemas de corrupção.
O ministro atuava no STF desde novembro de 2012, após ser indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Nos últimos anos, tomou decisões que impactaram diretamente nos mandatos de parlamentares, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB).Conheça a trajetória de Teori Zavascki em 12 fatos:
1 – Era catarinense
Nascido na cidade de Faxinal dos Guedes, em Santa Catarina, no dia 15 de agosto de 1948, Teori Albino Zavascki era filho de Severino Zavascki, descendente de poloneses, e Pia Maria Fontana, de família italiana. Formou-se bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Também era mestre e doutor em direito processual.
2 – Ficou viúvo em 2013
O ministro perdeu sua mulher, a juíza federal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região Maria Helena de Castro, em 2013. Ela morreu em decorrência de um câncer. Os dois tiveram três filhos.
3 – Namorada do ministro
Atualmente, o ministro namorava Liliana Fuhrmann Schneider. Gerente de uma joalheria na Barra da Tijuca, ela nasceu no Sul, mas mora no Rio de Janeiro há 20 anos. Na noite desta quinta-feira (19/1), ela declarou “viver um momento difícil”.
4 – Deu aula na UnB
Antes de ser ministro, Teori Zavascki atuou em diversos cargos. Começou no direito em 1971, como estagiário de um escritório de advocacia em Porto Alegre (RS). Aprovado em concurso público para o Banco Central, foi advogado lá durante 13 anos. Teori também teve uma carreira docente. Entre 2005 e 2013, foi professor de direito da Universidade de Brasília (UnB), além de ter atuado em outras instituições no Sul e no Rio de Janeiro. É autor de seis livros de direito e co-autor de pelo menos 30.
5 – Foi indicado ao STF por Dilma Rousseff
Antes de assumir a cadeira no Supremo, foi ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entre 2003 e 2012. Em novembro de 2012, tomou posse no STF no lugar deixado por Cezar Peluso, que se aposentou ao atingir a idade limite de 70 anos. A então presidente da República Dilma Rousseff o indicou e foi aprovado para compor o Supremo com 54 votos no Senado Federal.
6 – Inocentou acusados do Mensalão
Dois anos após ingressar no STF, Teori atuou no Mensalão, votando pela absolvição dos condenados no processo em que eles respondiam por formação de quadrilha.
7 – Pediu à PF inquérito sobre ameaça
Em março do ano passado, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar ameaças e injúrias feitas a Teori pelas redes sociais, que teriam começado após ele ter sido sorteado relator de ações ajuizadas pelo PSDB e pelo PSB contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como chefe da Casa Civil. O próprio ministro pediu a abertura do processo. Teori negou os pedidos dos partidos. Dois meses depois, Francisco Zavascki, filho do ministro, falou no Facebook sobre ameaças que seu pai e sua família estariam recebendo.
8- Autorizou o Senado a manter o processo de impeachment contra Dilma
Teori teve atuação importante no impeachment contra Dilma Rousseff (PT). Em maio de 2016, o ministro negou o pedido para anular o processo. A decisão de Teori permitiu que o Senado desse andamento ao pedido de cassação da petista.
9 – Mandou prender Delcídio do Amaral
Partiu do ministro, em 25 de novembro de 2015, a determinação para que a Polícia Federal cumprisse mandado de prisão contra o ex-senador Delcídio do Amaral, acusado de tentar obstruir as investigações da Lava Jato. O político foi preso durante o mandato, o que gerou muita repercussão.
10 – Tornou Eduardo Cunha réu
O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha tornou-se réu após Teori Zavascki aceitar a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o parlamentar. No voto de 79 páginas, Teori ressaltou existir “elementos básicos para o recebimento da denúncia”. O voto foi seguido por outros cinco ministros da corte. Cunha virou réu pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica com fins eleitorais.
11 – Negou a prisão de Calheiros, Jucá e Sarney
Teori negou os pedidos de prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do senador Romero Jucá e do ex-presidente da República José Sarney, feitos pela Procuradoria-Geral da República.
12 – Chamado de “cara burocrata e fechado” por investigados na Lava Jato
Em conversas gravadas de forma oculta entre o ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB/RR), e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, eles falam sobre “estancar a sangria” provocada pela Operação Lava Jato.
Machado sugere que um caminho seria “buscar alguém que tem ligação com o Teori, mas parece que não tem ninguém”. Jucá responde: “Não tem. É um cara fechado, foi ela (Dilma) que botou o cara… Burocrata da… Ex-ministro do STJ”.