Reforma da Previdência deve ser enviada antes do recesso do Congresso
O presidente Michel Temer ainda deve ouvir as centrais sindicais e lideranças partidárias sobre o tema antes de enviar a proposta
atualizado
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O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quarta-feira (9/11), que o governo deve encaminhar ao Congresso Nacional antes do recesso de fim de ano o projeto de Reforma da Previdência. Segundo o ministro, o presidente Michel Temer ainda deve ouvir as centrais sindicais e lideranças partidárias sobre o tema antes de enviar a proposta. “Se surgir algum ponto que seja importante sofrer algum tipo de revisão, claro que sofrerá. Queremos aprovar a Reforma da Previdência de primeiro”, declarou
Padilha disse que os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão estudando um calendário que viabilize a aprovação da reforma ainda no primeiro semestre de 2017. “Vamos propor o que o mundo está fazendo. Nada diferente do que a média que se faz na América Latina e o que se faz na Europa. Vamos atualizar o Brasil”, comentou o ministro. Padilha reafirmou que a ideia do governo é aprovar a idade mínima de 65 anos para aposentadoria.
Padilha disse que o governo reconquistou a confiança do Brasil e do mundo e que tem projeto de geração de emprego e captação de investimentos. “Quando o Brasil quer, o Brasil cresce e o Brasil vai crescer, sim, senhor”, discursou.
Novas regras
Questionado se a reforma vai atingir a todas as classes, incluindo militares e parlamentares, o Temer disse que as novas regras “vão igualar a todos”. “Nós temos fortíssimas regras de transição. Essas regras de transição significam que as coisas serão feitas ao longo do tempo, porque nós vamos fazer uma coisa absorvível, que o povo possa absorver, que a classe política possa absorver, mas vamos fazer”, disse. “Enviarei esse ano. Evidente que as discussões e a eventual aprovação só no ano que vem.”
Temer afirmou ainda que pesquisas mostram que grande parte da população é a favor da reforma da Previdência e citou a situação do Rio de Janeiro, onde houve protestos contra um pacote de austeridade, mas onde a Previdência foi responsável por quase quebrar o Estado. “O que vai acontecer no Brasil daqui uns anos é exatamente isso. Esse ano nós temos um déficit da Previdência de R$ 150 bilhões. Nenhum país aguenta isso”, afirmou. “Se não fizer alguma coisa para arrumar a casa não há como consertar as coisas.”
O presidente disse ter consciência de que a reforma não tramitará tranquilamente. “Nós teremos muita discussão”, afirmou, destacando que o projeto enviado pelo Executivo pode ter alterações ao longo dos debates.