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PT considera Lula preso político e pede reação: ‘não podemos deixar barato’

A ação da PF, a pedido do MPF, praticamente dominava os assuntos comentados do Twitter, com três posts entre os dez mais citados. Aliados protestaram e o Instituto Lula divulgou nota

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Edilson Rodrigues /Agência Senado
lindbergh farias
1 de 1 lindbergh farias - Foto: Edilson Rodrigues /Agência Senado

Na primeira reação contra operação Aletheia da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Partido dos Trabalhadores publicou na manhã desta sexta-feira (4/3), no microblog Twitter, um post no qual o classifica como “preso político” e pede reação dos militantes e seguidores. O Instituto Lula chamou a ação de “arbitrária, ilegal, e injustificável”.

A ação da PF, a pedido do MPF, praticamente dominava os assuntos comentados do Twitter, com três posts entre os dez mais citados. Além da hashtag #Aletheia liderando, outras citações como Instituto Lula e Condução Coercitiva também estavam entre os mais comentados.

Reunião
O diretório nacional do PT convocou na manhã desta sexta-feira, via redes sociais, uma reunião extraordinária, às 10 horas, na sede do partido, localizada região central de São Paulo, para definir as ações em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula é o principal alvo da operação Aletheia, da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), 24ª etapa da Operação Lava Jato, e presta depoimento em uma delegacia da PF no Aeroporto de Congonhas, na zona sul São Paulo.

Segundo o convite a militantes e simpatizantes, a reunião terá a presença do presidente nacional do PT, Rui Falcão, do presidente estadual Emídio de Souza “e definirá as ações das próximas horas”, informa. “O momento é de mobilização total”.

O Instituto Lula também divulgou nota sobre a 24ª fase da Operação Lava Jato, afirmando que ela “desrespeita o Supremo e compromete sua credibilidade”. A assessoria de imprensa do instituto do petista diz que “a violência praticada hoje contra o ex-presidente Lula e sua família, contra o Instituto Lula, a ex-deputada Clara Ant e outros cidadãos ligados ao ex-presidente, é uma agressão ao estado de direito que atinge toda a sociedade brasileira. A ação da chamada Força Tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal, e injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal.”

A nota diz que Lula jamais ocultou patrimônio ou recebeu vantagem indevida, antes, durante ou depois de governar o país. “Jamais se envolveu direta ou indiretamente em qualquer ilegalidade, sejam as investigadas no âmbito da Lava Jato, sejam quaisquer outras” e que “a violência praticada nesta manhã – injusta, injustificável, arbitrária e ilegal – será repudiada por todos os democratas, por todos os que têm fé nas instituições e do estado de direito, no Brasil e ao redor do mundo”.

O instituto complementa dizendo que a ação “é uma violência contra a cidadania e contra o povo brasileiro, que reconhece em Lula o líder que uniu o Brasil e promoveu a maior ascensão social de nossa história.”

Indignação
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) (foto) classificou como “absurda” a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determinada pela 24ª fase da Operação Lava Jato. O petista disse que deputados e senadores do PT vão seguir para São Paulo para acompanhar o caso.

“Isso é um espetáculo. Por que chamar uma condução coercitiva? Nessa discussão toda querem desgastar e desmoralizar o nosso candidato (a presidente) em 2018”, criticou o senador, em rápida entrevista ao Broadcast Político antes de embarcar para a capital paulista. “Achamos isso um fato gravíssimo, a Lava Jato virou uma coisa para destruir o PT”, protestou.

O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, emitiu nota para demonstrar sua contrariedade. Ele se disse “perplexo e indignado” com a condução coercitiva do ex-presidente Lula.

O presidente Lula já prestou depoimento e sempre se colocou à disposição das autoridades. Isso não é justiça, isso é uma violência. Rossetto disse ainda que a ação é um claro ataque ao que Lula representa, como uma liderança política e social

Miguel Rossetto, ministro

‘Golpe de estado’
Na opinião do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), a condução coercitiva do ex-presidente é uma “ilegalidade flagrante”. Para o parlamentar, um dos mais próximos de Lula, a Polícia Federal está sequestrando o ex-presidente por ordem do juiz federal Sérgio Moro, a quem o parlamentar chamou de “fascista”.

“Condução coercitiva se faz quando alguém se recusa a depor, mas não houve qualquer intimação da Justiça ou do Ministério Público Federal”, afirmou Damous, que é ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro.

“O que a PF está fazendo é um sequestro por ordem de um juiz fascista de Curitiba”, emendou, referindo-se ao juiz Sérgio Moro, que autorizou a condução de Lula.

Para o parlamentar, “é possível” que a Polícia Federal esteja fazendo uma operação casada entre a operação de hoje contra Lula e o vazamento de suposta delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), revelada ontem pela revista IstoÉ. Na suposta colaboração, o senador petista teria citado tanto Lula como a presidente Dilma Rousseff.

“No meu entendimento, está em andamento um golpe de estado, patrocinado pelo sistema de Justiça e grandes meios de comunicação. É uma ilegalidade flagrante de um obscuro juiz de Curitiba, que está pondo o País de joelhos, com essa articulação midiática e de setores do Estado”, afirmou Damous.

Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação do governo Dilma Rousseff, também saiu em defesa do ex-presidente. Por meio de sua página no Facebook, ele comparou o “cerco a Lula” à prisão do chefe da guarda pessoal do ex-presidente Getúlio Vargas, Gregório Fortunato, que foi detido pela suspeita de ter comandado um atentado contra Carlos Lacerda.

Segundo Janine, “um apartamento de classe média no Guarujá, um sítio decorado com hábitos modestos vão cercando o ex-presidente que ele poderia e deveria depor, OK, mas condução coercitiva, nunca”.

O ex-ministro disse ainda que a Polícia Federal deveria negociar seu depoimento, “com absoluto respeito ao cargo que ocupou”. Para ele, ao desrespeitá-lo, estão sendo desrespeitados os brasileiros que o conduziram à presidência e também os que o apoiam.

“O que é visível é que as cartas estão lançadas, para a deposição de Dilma e o descarte de Lula como candidato, seja em 2016 ou em 2018”, finalizou.

CUT
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT, anunciou, na manhã desta sexta, que fará uma vigília em todo o País em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra o que chama de “golpe”. Em nota, a central sindical diz que “o maior líder popular da história do Brasil foi constrangido a depor coercitivamente pela Polícia Federal, mesmo não tendo uma única prova de que cometeu qualquer ato ilícito”.

A orientação dada pela CUT a suas representações regionais é buscar unidade em defesa do petista em conjunto com os movimentos sociais e construir uma estratégia de ações coordenadas. A CUT informou que fará uma vigília permanente em cada uma das cidades, mas os locais ainda serão definidos.

 

Com informações da Agência Estado

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