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PMDB proíbe filiados de aceitar cargos no governo. Partido decide em 30 dias se mantém apoio

O vice-presidente Michel Temer deve ser reconduzido à presidência do PMDB. Em um mês, o partido deve dizer se permanece ou não aliado ao governo

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
PMDB convencao
1 de 1 PMDB convencao - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O vice-presidente da República Michel Temer disse nesse sábado (12/3), durante discurso na convenção nacional do PMDB, que “não é hora de dividir os brasileiros, de acirrar ânimos e levantar muros”. Segundo ele, em um momento atual de grave crise política e econômica, a hora é “de construir pontes”.

O PMDB deve reconduzir Temer à presidência nacional do partido. No total, 454 delegados vão eleger os membros do Diretório Nacional, que, por sua vez, vão escolher a nova Comissão Executiva Nacional.

Temer voltou a defender a unidade nacional e o diálogo entre todas as correntes de opinião. “O PMDB sempre teve diversidades internas, mas [que] convergem em todas as ocasiões em que é preciso cuidar do país”.

Proposta
O vice-presidente afirmou que o partido vai apresentar em breve uma proposta para garantir e ampliar avanços sociais e a igualdade de oportunidades para todos. “São propostas que visam a repor a confiança dos setores produtivos ampliando o nível do emprego. Não podemos nos abater nem perder a confiança no futuro”.

Segundo Temer, não é possível “ignorar que o país enfrenta uma gravíssima crise política e econômica”. “O quadro recessivo e o desemprego são realidades que devem ser combatidas com políticas de valorização da iniciativa privada e de estímulo de expansão da competitividade ao lado de medidas de ajuste”, acrescentou.

Principal partido da base aliada do governo da presidenta Dilma Rousseff, o PMDB chega dividido à convenção entre manter o apoio ao governo ou decidir pelo afastamento.

Sarney
O ex-presidente da República José Sarney (AP) recebeu neste sábado, durante a convenção nacional do PMDB, o título de presidente de honra do partido. O anúncio, feito pelo vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, foi recebido sob vaias de alguns peemedebistas. Apesar de não comentar os pedidos de desembarque imediato do governo, Sarney disse que “mais responsabilidades recaem nos ombros de Temer” neste momento.

“Temer continuará sendo a bandeira e a voz do nosso partido a serviço das causas da liberdade, da democracia e dos direitos sociais”, declarou o ex-presidente, que também elogiou a gestão do vice à frente do PMDB. “Temer vem exercendo a presidência do PMDB com moderação, com espírito de diálogo, com um grande e profundo amor ao Brasil e visando sempre contribuir para a governabilidade, para a solução dos problemas nacionais”, afirmou.

No início do seu discurso, Sarney destacou que fez um “grande esforço” para comparecer ao encontro do partido. Em janeiro, ele sofreu uma queda em sua residência na Ilha de Curupu, a 20 km da capital, São Luís, e fraturou o ombro e teve escoriações no cotovelo. O ex-presidente está com o braço imobilizado e faz sessões de fisioterapia para se recuperar.

30 dias
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse neste sábado, na chegada à convenção nacional do PMDB, que o partido decidiu que, em até 30 dias, o Diretório Nacional vai anunciar se mantém apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff. Principal partido da base aliada do governo, o PMDB chega dividido à convenção entre manter o apoio ao governo ou decidir pelo afastamento.

“Vamos tirar hoje aqui um posicionamento de unidade e consistência de pensamento perante a crise que o Brasil vive. Todas as propostas de rompimento e afastamento serão recebidas e levadas em conta. Mas também estamos hoje tomando a decisão de que, em até 30 dias o Diretório Nacional vai analisar todas essas propostas e aí sim, com respaldo da unidade, tomar uma decisão que será implementada e cobrada de todos os membros do partido. Antecipar o rompimento seria quebrar o posicionamento que firmamos de não antecipar hoje aqui qualquer decisão”, disse Jucá.

Segundo o senador, o PMDB está preparado para ajudar a reconstruir o Brasil “com outras forças políticas, com outros partidos, porque, sozinho, o PMDB não pode fazer isso”. “Vamos estar atentos às manifestações de amanhã. Muitos peemedebistas estarão participando nos seus estados. Amanhã é um dia importante de cidadania. Não haverá mudança no Brasil sem a participação popular”, acrescentou Jucá.

Para o parlamentar, a convenção do PMDB não é contra a presidenta Dilma, mas a favor do Brasil. “Queremos criar uma nova situação, um novo quadro para o Brasil que reverta o descrédito, a insegurança jurídica, a falta de previsibilidade na economia, o desemprego. O Brasil está regredindo. Temos que mudar isso. Vai ser uma grande construção política em conjunto com a sociedade brasileira”, afirmou Jucá.

O vice-presidente da legenda, senador Valdir Raupp (RO), voltou a defender que o partido adote no encontro uma posição de independência em relação ao governo Dilma, inclusive abrindo mão dos cargos que ocupa no Executivo. “Eu defendo a independência em relação ao governo e a entrega dos cargos. Sempre defendi que o PMDB não pode ficar simplesmente ocupando cargos no governo se tem uma candidatura própria à Presidência da República em 2018.”

Raupp também comentou que é prudente esperar 30 dias para o partido tomar uma posição em relação ao governo. “Esses 30 dias são para o PMDB ver os lados da encruzilhada e ver que rumo vai tomar”, afirmou.

 

Alvará
Um pedido de alvará provocou indisposição na Convenção Nacional do PMDB, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21. Organizado e iniciado para a provável recondução do vice-presidente da República, Michel Temer, à presidência a legenda, alguns integrantes tiveram que se movimentar para evitar problemas. Um homem, que se identificou como major da Polícia Militar, tentou barrar o encontro depois de alegar que não havia alvará para realização.

Mas a organização afirmou que não existe a necessidade de alvará, neste caso, porque o local é próprio para eventos e já tem essa autorização. Cerca de 1,5 mil pessoas participavam da convenção. O deputado distrital Wellington Luiz estava no local e frisou a indisposição, preocupação pelo pedido. “Ele não apresentou nenhum processo formal, não havia respaldo. Sou um defensor das polícias, mas esta foi uma ação irresponsável devido a magnitude e importância do evento”, afirmou.

Wellington entrou em contato com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) que se dispôs a ajudar e resolveu a situação. Mesmo assim, o parlamentar quer saber o que aconteceu. “Vou oficiar a Secretaria de Segurança Pública para saber qual foi a motivação desse major. Uma ação isolada, irresponsável, precisa ter justificativa. É preciso identificar a motivação política”, completou o parlamentar. Colaborou Manoela Alcântara

 

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