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PGR solicita novo inquérito contra Cunha no STF por contas na Suíça

Documentos comprovam que um negócio de US$ 34,5 milhões fechado pela Petrobras em 2011 serviu para irrigar as quatro contas que têm como beneficiários Cunha, e sua mulher, Cláudia Cordeiro Cruz

atualizado

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José Cruz/Agência Brasil
Eduardo Cunha
1 de 1 Eduardo Cunha - Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Procuradoria-geral da República solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que abra um novo inquérito para investigar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com base nos documentos enviados pela Suíça que comprovam que Cunha possui contas naquele país. O pedido precisa ser avaliado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

Documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça ao Brasil comprovam que um negócio de US$ 34,5 milhões fechado pela Petrobras em 2011, no Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas no país europeu que têm como beneficiários Cunha, e sua mulher, Cláudia Cordeiro Cruz.

O “giro do dinheiro”, como os investigadores classificam o caminho para chegar até o parlamentar, é considerado mais relevante do que o valor bloqueado pelas autoridades suíças em 17 de abril, no total de 2,468 milhões de francos suíços, o que representa aproximadamente R$ 9,6 milhões. Cunha tem negado a titularidade de contas. As quatro contas de Cunha e da mulher receberam ao todo R$ 23,2 milhões, segundo o MP suíço.

As autoridades suíças conseguiram bloquear apenas duas das quatro contas atribuídas ao parlamentar. Isso porque o deputado encerrou as outras duas em abril e em maio do ano passado, após o início das investigações da Operação Lava Jato.

Em nota divulgada na semana passada, advogados do presidente da Câmara afirmaram que o parlamentar não foi notificado nem teve acesso a qualquer procedimento investigativo que tenha por objeto atos ou condutas de sua responsabilidade e questionam o vazamento de informações das investigações protegidas por sigilo

Investigação aberta
Cunha já é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro. Neste processo o lobista Júlio Camargo – que fez delação premiada – declarou que Eduardo Cunha o pressionou, em 2011, por uma propina de US$ 5 milhões em contrato de navios-sonda da Petrobras. O presidente da Câmara não é réu nesta ação, mas foi denunciado por este caso ao STF pela Procuradoria-Geral da República. Como parlamentar, o peemedebista detém foro privilegiado perante a Corte máxima.

Hoje, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, incluiu na denúncia contra o presidente da Câmara trechos da delação premiada do doleiro Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

Os termos da delação de Baiano citando Cunha ainda são mantidos sob sigilo, mas ele teria confirmado à Polícia Federal o pagamento de pelo menos US$ 5 milhões em propina ao peemedebista em contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras.

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