Pesquisa mostra que 79,6% dos brasileiros querem que o TSE casse Temer
Porém, de acordo com o estudo, população está dividida sobre qual será a decisão dos ministros da Justiça Eleitoral
atualizado
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Os brasileiros gostariam que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassasse o mandato do presidente Michel Temer (PMDB). Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas revela que esse é o desejo de 79,6% dos entrevistados, contra 16,8% que defendem a permanência do peemedebista no cargo. Porém, a população está bem dividida quando questionada sobre qual será a decisão dos sete ministros que, desde a terça-feira (6/5), travam farpas em embates acalorados no plenário da Corte.
De acordo com os números, 49,2% dos entrevistados acreditam que o TSE vai tirar o mandato de Temer. Outros 48,4% afirmam que os magistrados manterão o presidente à frente do Palácio do Planalto. A pesquisa foi feita entre os dias 5 e 6 de junho, por questionário on-line, com uma amostra de 2.110 pessoas, em todo o território nacional.
A divisão é um reflexo da incerteza quanto ao resultado da análise do pedido de cassação feito pelo PSDB, ainda em 2013. Até o momento, o governo aposta em um placar apertado, de 4 x 3, pela permanência de Temer.
A análise dos aliados do presidente parte da polarização entre o relator da ação, ministro Herman Benjamin, que se mostra favorável à cassação, e o presidente da Corte, Gilmar Mendes, cujas declarações revelam uma posição contrária ao pedido do PSDB. Com Benjamin, é dado como certo o voto do ministro do Luiz Fux. Mas a expectativa, segundo fontes palacianas, é que Mendes arrebanhe a maioria dos votos.
O julgamento entra nesta quinta-feira (8/6) em seu terceiro dia, ainda na análise das preliminares. Os ministros não decidiram se as delações dos ex-executivos da Odebrecht poderão ser consideradas na análise da ação. Herman Benjamin já apresentou sua posição favorável à inclusão das acusações, mas os demais ministros deverão decidir sobre a questão hoje.
As acusações
A Corte Eleitoral decide se houve abuso de poder político e econômico na campanha encabeçada por Dilma Rousseff em 2014, quando Temer era candidato à vice-Presidência. Segundo o PSDB, a chapa teria recebido doações de empreiteiras contratadas pela Petrobras com dinheiro oriundo de propina.
Ainda de acordo com os autores do processo, houve desvio de finalidade em pronunciamentos oficiais feitos em cadeia nacional. A acusação é de que programas de rádio e tevê teriam sido utilizados para promoção pessoal de Dilma e Temer. Os advogados dos dois querem que os relatos não sejam considerados.