“Perplexo, indignado e revoltado”, Sarney reage a pedido de prisão
Procuradoria-Geral da República acusa o ex-presidente de tentar barrar a Lava Jato e pede prisão domiciliar e tornozeleira ao político de 86 anos
atualizado
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O ex-presidente José Sarney (PMDB) disse estar “perplexo, indignado e revoltado” com o pedido de prisão contra ele feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Julguei que tivesse o respeito de autoridades do porte do Procurador Geral da República. Jamais agi para obstruir a Justiça. Sempre a prestigiei e fortaleci”, destacou em nota. A solicitação feita há uma semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi revelada nesta terça-feira (7/6) pelo jornal O Globo.
Em relação a Sarney, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, em razão de sua idade (86 anos). Além do ex-senador, Janot pediu a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do senador Romero Jucá e do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Todos são do PMDB e acusados de tentar barrar as investigações da Lava Jato, além de terem participado do esquema de propina e desvio de dinheiro da Petrobras, alvo da operação.Na nota de esclarecimento, Sarney lembra ter conduzido “a transição para a democracia e a elaboração da Constituição da República”. E completa: “O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública, a minha verdadeira devoção à Justiça, sob a égide do Supremo Tribunal Federal.”
O pedido será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. No caso de Renan, Sarney e Jucá, a denúncia tem relação com as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os peemedebistas. As conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.
Já no caso de Eduardo Cunha, a PGR avaliou que a determinação de suspender o peemedebista do mandato e da presidência da Câmara não surtiram efeito, sendo que ele continuaria tentando atrapalhar as investigações contra ele na Justiça e no Conselho de Ética da Câmara, que discute sua cassação.