PDT fecha questão contra impeachment e deve punir dissidentes
Em encontro nesta quarta-feira (13/4), o PSD deve fechar questão a favor do impeachment. Além disso, o partido Solidariedade monta o “bolão do impeachment”
atualizado
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No momento em que o governo perde apoio de partidos que considerava fundamentais para barrar o impeachment, como o PP, o PDT anunciou apoio integral à presidente Dilma Rousseff na votação marcada para o próximo domingo (17/4). O líder do partido, Weverton Rocha (MA), disse nesta quarta-feira (13) que o partido fechou questão contra o impeachment, o que significa que deputados dissidentes deverão ser punidos pelo diretório nacional, que se reunirá em maio.
Não vamos sair do barco como se fôssemos ratos
Weverton Rocha
Rocha evitou comentar a decisão de partidos da base do governo de passar a apoiar o afastamento da presidente.
A decisão sobre o voto do PDT foi tomada, segundo o líder, por ampla maioria dos participantes da reunião realizada na noite de terça-feira (12). Estavam presentes 19 dos 20 deputados pedetistas, o presidente nacional do partido, ex-ministro Carlos Lupi, e o ministro das Comunicações, André Figueiredo.
“Existem opiniões diferentes no partido, cada um tem sua tese, mas a ampla maioria acatou a decisão e vamos fechar questão. Quem faz parte da agremiação partidária e não acompanha a decisão é submetido a sanção. A bancada do PDT não apoiará o golpe e estará ao lado da democracia e da Constituição”, avisou o líder. O único deputado ausente, segundo Rocha, foi Mário Heringer (MG). “Ele tem críticas (ao governo), mas sempre acompanhou o partido”, disse Rocha.
Apesar do apoio, o líder criticou o governo e cobrou a abertura de amplo diálogo a partir de segunda-feira (18). “O PDT tem muitas críticas ao governo principalmente na área econômica. Depois que passar segunda-feira, precisamos desmontar esse muro construído na frente do Congresso Nacional. É preciso que as forças políticas sentem para dialogar, porque o que está atormentando a vida do trabalhador é a falta de expectativa de dias melhores. O fantasma do desemprego e da recessão é que tem deixado todos assustados”, declarou.
O líder do PDT fez referência ao muro erguido em frente ao Congresso para separar os grupos de militantes a favor e contra o impeachment que farão manifestações no dia da votação.
PSD
A bancada do PSD na Câmara antecipou a reunião que faria ás 17h desta quarta-feira, para definir sua posição em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. O encontro foi remarcado para começar às 11h30 e terá participação do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, comandante da legenda.
No encontro, o partido deve fechar questão a favor do impeachment. De acordo com integrantes da própria legenda, 80% dos deputados são a favor da saída de Dilma do governo. Os deputados estão sendo pressionados por candidatos à prefeito do partido que disputarão as eleições municipais em outubro.
O PSD era, até a noite de ontem, um dos principais focos de investimento do governo na tentativa de impedir que a oposição consiga os 342 votos necessários para levar o processo de impeachment ao Senado.
Bolão do Impeachment
Deputados do Solidariedade (SD) lançaram nesta quarta, o “bolão do impeachment”, em que cada apostador paga R$ 100 e arrisca o placar contra e a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff, na votação marcada para o próximo domingo
O dinheiro é arrecadado por Carlos Manato (SD-ES). “Vamos procurar também os petistas para apostar, estamos precisando tirar um dinheiro do PT”, ironizou o presidente do SD, deputado Paulinho da Força (SP), que apostou em 382 votos a favor do impeachment e 118 contra.