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Para Lava Jato, Eike é “autor intelectual” da propina de Sérgio Cabral

Procuradores sustentam que Eike usou empresa de fachada, Arcádia, para repassar a propina ao ex-governador

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JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
eike batista
1 de 1 eike batista - Foto: JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Os procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Eficiência, deflagrada nesta quinta-feira (26/1), afirmam que Eike Batista é o “autor intelectual do ato de corrupção do então governador Sérgio Cabral”. O empresário é alvo de um mandado de prisão da Justiça carioca, mas está foragido.

Cabral já está preso, desde novembro de 2016, alvo da Operação Calicute, primeira etapa da Eficiência e desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. Ao requerer a prisão preventiva de Eike – medida decretada pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio -, a Procuradoria esmiuçou como o empresário pagou US$ 16,5 milhões em propina para o peemedebista, por meio da conta Golden, no Panamá.

Os procuradores da República que subscrevem o pedido de prisão de Eike afirmam, ainda, que ele tentou obstruir a Justiça. Eles sustentam que Eike usou empresa de fachada, Arcádia, para repassar a propina ao ex-governador. E revelam a participação de Flávio Godinho, sócio de Eike e vice-presidente de futebol do Flamengo, que também teve a prisão decretada na Operação Eficiência.

A força-tarefa faz menção ao depoimento que Eike prestou ao Ministério Público Federal em Curitiba – base da Lava Jato – em que confessou pagamentos a Mônica Moura, mulher de João Santana – marqueteiro das campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010/2014), no valor de R$ 5 milhões.

No pedido de prisão preventiva de Eike, os procuradores anotam, ainda, que ele mentiu ao dizer que nunca pagou propinas a Sérgio Cabral. Uma operação sob suspeita revela que ele repassou pelo menos R$ 1 milhão para o escritório da advogada Adriana Ancelmo, mulher do peemedebista – ela também foi presa na Operação Calicute.

Os procuradores estão convencidos do “maior envolvimento (de Eike) com a organização criminosa”. “Note que, com a informação obtida da Caixa Econômica Federal de que ‘não houve indicação, pela Caixa, na qualidade de administradora de fundos de investimentos, do escritório de advocacia Coelho e Ancelmo Advogados para a EBX, nem para qualquer outra operação”, as alegações do representado Eike Batista caem por terra.”

O relato de Eike, porém, foi desmentido pelos delatores da Operação Eficiência, os irmãos Renato e Marcelo Chebar, operadores do mercado financeiro. “Entretanto, depoimentos recentemente prestados pelos colaboradores Renato Chebar e Marcelo Chebar, acompanhados de documentos e da devolução/repatriação de dezenas de milhões de dólares mantidos no exterior pela organização criminosa, parecem contrariar as afirmativas de Eike Batista”, informou a força-tarefa.

Renato Chebar disse que em 2010 foi procurado por aliados próximos do então governador Cabral – Carlos Miranda e Wilson Carlos – “sendo informado que deveria viabilizar o recebimento de US$ 16,5 milhões devidos por Eike Batista a Sérgio Cabral, cuja natureza desconhece”.

 

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