Multidão pró-impeachment toma a Avenida Paulista
Durante o tempo em que permaneceram na manifestação, Alckmin e Aécio receberam aplausos mas também foram hostilizados
atualizado
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Manifestantes a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff ocuparam uma extensão de cerca de 2 quilômetros da Avenida Paulista, região central da capital na tarde deste domingo (13/3). Segundo o Datafolha, este foi o maior protesto da história de São Paulo, com 450 mil pessoas. Mas, para os organizadores, o número correto seria de 2 milhões de manifestantes. Ainda não há estimativa da Polícia Militar.
A maior parte das pessoas veste verde e amarelo ou carrega a Bandeira Nacional. Os manifestantes ocupam a via que, aos domingos, costuma ser fechada para os carros e usada como rua de lazer. Dois bonecos infláveis gigantes, um representando Dilma e outro o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em roupas de presidiário, foram instalados no centro da avenida. Nos acessos à via, ambulantes vendem réplicas do boneco e bandeiras do Brasil.
Aplausos e vaias
O governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves, ambos do PSDB, estiveram no cercado do Movimento Brasil Livre, mas não subiram no carro de som nem discursaram. Permaneceram no local por cerca de 20 minutos cumprimentando e tirando selfies com manifestantes. Durante o tempo em que permaneceram na manifestação, receberam aplausos mas também foram hostilizados, Alckmin por causa das denúncias envolvendo a merenda escolar em São Paulo, e Aécio pela citação ao seu nome por delatores da opressão Lava Jato.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) registrou o momento em que Alckmin e Aécio foram hostilizados:
Contra a corrupção
A Polícia Militar está presente com um grande contingente, inclusive dois veículos blindados na altura da Rua da Consolação. A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) levou um pato inflável gigante e está distribuindo balões amarelos como protesto contra a alta carga tributária.
O empresário Aloísio Fábio de Oliveira, 37 anos, disse que uma das principais razões para estar no protesto é a indignação contra a corrupção. “Vim porque acho que precisa acabar com essa roubalheira. Ensinar para a minha família o que é civismo. Ver se a gente consegue mudar alguma coisa nesse país que está difícil, bem difícil”, ressaltou.
No entanto, Oliveira não está certo de que a saída da presidenta vá, sozinha, ser a solução dos problemas do país. Para ele, é preciso continuar a pressionar o governo, mesmo que haja o impeachment. “A ideia é mostrar para os governantes, é mostrar que se ela [Dilma] vai e não faz bem, nós vamos tirar até entrar alguém que faça bem”, acrescentou o empresário que veio ao ato com a esposa e o filho.
Além dos movimentos que têm organizado os atos contra Dilma, como o Vem pra Rua, Revoltados Online e Movimento Brasil Livre, parlamentares e celebridades devem vir à Paulista. O DEM montou um comitê no Hotel Maksoud, que fica em uma via paralela à avenida. No fim da tarde, o deputado federal Pauderney Avelino (DEM-AM) e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), líderes do partido no Congresso, devem conceder entrevista coletiva.
João Doria é barrado ao tentar discursar em carro do MBL
O apresentador e empresário João Doria, que tenta se viabilizar como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, foi barrado quando tentou discursar no carro de som do Movimento Brasil Livre, por onde passaram dezenas de políticos. “Procuramos dar espaço apenas aos políticos que vão votar o impeachment no Congresso. Por isso vetamos vereadores, por exemplo”, argumentou Renan Santos, um dos coordenadores do MBL.
Discursaram no carro do grupo os deputados Mendonça Filho (DEM-PE), Ônix Lorenzoni (DEM-RS), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Roberto Freire (PPS-PE), Bruno Covas (PSDB-SP), e o senador Ronaldo Caiado (DEM-MT), entre outros.
Com informações da Agência Brasil e da Agência Estado.