1 de 1 Michel Temer
- Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Em meio à grave crise institucional que assola o país, o presidente da República, Michel Temer, voltou a se pronunciar à nação. No início da tarde deste sábado (20/5), ele pediu a suspensão do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar as denúncias de corrupção feitas por Joesley Batista, dono da JBS, e subiu o tom contra o empresário. Segundo Temer, Joesley cometeu o “crime perfeito”, lucrou às custas da instabilidade econômica e, hoje, passeia pelos Estados Unidos.
A estratégia de Temer, agora, é desqualificar a gravação feita por Joesley. “Mais uma vez estou aqui para fazer uma declaração aos senhores e senhoras jornalistas e ao povo brasileiro. Li hoje notícia do jornal Folha de S.Paulo de que perícia constatou que houve edição no áudio de minha conversa com o senhor Joesley Batista. Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos. Incluíram-na no inquérito sem a devida e adequada averiguação, isso levou muitas pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil. Por isso, no dia de hoje, estamos entrando com petição no STF para suspender o inquérito proposto, até que seja verificada em definitivo a autenticidade da gravação”, disse o presidente.
Em seguida, o peemedebista partiu para o ataque. “O autor do grampo está livre e solto, passeando pelas ruas de Nova York. O Brasil, que já tinha saído da mais grave crise de sua história, vive agora, sou obrigado a reconhecer, a incerteza. Ele (Joesley) não passou nenhum dia na cadeia, não foi preso, não foi julgado nem punido e, pelo jeito, não será. Cometeu o crime perfeito”, acusou o presidente. Temer voltou a afirmar que não pretende deixar o comando do país.
Veja a íntegra do pronunciamento
Planalto sob suspeita Na noite de quarta-feira (17), Temer foi arrastado para o centro da pior crise vivida desde o início de seu governo. Ele é alvo da delação do empresário Joesley Batista e de outros seis executivos da JBS. Segundo Batista, Temer deu aval para que o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fosse comprado.
Nesta quinta-feira (18) o presidente já havia afirmado que não deixará o cargo. “Não renunciarei. Repito: não renunciarei.” Visivelmente abalado e com um tom de voz ríspido, o peemedebista exigiu investigação rápida sobre o escândalo que abalou a gestão dele.
Ainda durante o primeiro pronunciamento no Palácio do Planalto, Temer negou que tivesse avalizado pagamentos a Cunha. “Em nenhum momento comprei o silêncio de ninguém.”
Confira galeria de fotos com o pronunciamento deste sábado (20)
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Veja fotos do pronunciamento de quinta-feira (18) e de Temer em outros momentos
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Temer escapou do processo de cassação no TSE, mas terá uma batalha pela frente no STF
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Leia o discurso deste sábado (20/5):
Mais uma vez estou aqui para fazer uma declaração aos senhores e senhoras jornalistas e ao povo brasileiro. Li hoje uma noticia do jornal Folha de S.Paulo de que a perícia constatou que houve edição no áudio da minha conversa com Joesley Batista. Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos subterrâneos incluídos no inquérito. Levou ao engano induzido e trouxe graves prejuízos.
No dia de hoje estamos entrando com petição para suspender o inquérito imposto.
O autor do grampo está livre e solto passeando pelas ruas de Nova Iorque. Ele não passou nem um dia na cadeia, não foi preso, não foi julgado e nem punido.
Graças à gravação fraudulenta e manipulada, antes de entregar a gravação, comprou um bilhão de dólares porque sabia que isso provocaria o caos no câmbio.
Esses fatos já estão sendo apurados pela comissão. A JBS lucrou milhões de dólares em menos de 24h.
Quero aqui observar a todos vocês as incoerências entre o áudio e o teor do depoimento. Isso compromete a lisura de todo o processo.
Meu governo não estava aberto a ele. O Cade não decidiu a questão solicitada por ele. O governo não atendeu aos seus pedidos. Não se sustenta a acusação.
Estamos acabando com os velhos tempos das oportunidades dos oportunistas.
O autor do grampo relata no diálogo que tivemos dificuldades em ouvi-lo. Há muitas divergências espalhadas em seu depoimento. Nunca comprei o silêncio de ninguém. Houve falso testemunho à Justiça. Tenho crença nas instituições brasileiras e em seus integrantes. Não acreditei na narrativa do empresário de que conheceria juízes.
Quero pontuar que houve grande planejamento para montar esse grampo enquanto criminosos fugiam para o exterior.
Estamos completando as reformas para modernizar o estado brasileiro. Meu governo tem rumo.
Houve mais de 50 edições desse áudio. Ele tenta macular não só a reputação moral, mas invalidar a segurança do país. O Brasil não saíra dos trilhos. Continuarei a governar o país.
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