Michel Temer diz que eventual prisão de Lula causará instabilidades
O presidente falou ainda sobre a PEC 55 (antiga PEC 241), as ocupações das escolas por estudantes e o cheque de R$ 1 milhão
atualizado
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O presidente Michel Temer concedeu entrevista, nesta segunda-feira (15/11), ao programa “Roda Viva” da TV Cultura. A conversa girou em torno, principalmente, da Operação Lava Jato, mas tratou também de temas como irregularidades de campanha e a PEC 55 e a reforma do Ensino Médio.
Segundo Temer, caso o ex-presidente Lula seja preso durante a Operação Lava Jato, isso poderá causar um clima de instabilidade no país. Dessa forma, pediu que a condução do processo do petista seja feita com “naturalidade”. “O que espero, e acho que seria útil ao país, é que, se houver acusações contra o ex-presidente Lula, que elas sejam processadas com naturalidade. Aí você me pergunta: ‘Se Lula for preso causa problema para o país?’ Acho que causa. Haverá movimentos sociais. E toda vez que você tem um movimento de contestação a uma decisão do Judiciário, pode criar uma instabilidade”, afirmou.
Cheque
A questão do cheque de R$ 1 milhão que teria sido endereçado pela Andrade Gutierrez ao presidente também foi abordada. Segundo Temer, o dinheiro seria uma doação ao Diretório Nacional do PMDB. “Esse cheque é de uma conta do PMDB, assinado pelo PMDB, nominal à candidatura do vice-presidente. No TSE, não tenho preocupação quanto a isso.”
Escolas
Temer criticou ainda a ocupação das escolas e das universidades por alunos que protestam contra a PEC 55 (antiga PEC 241) e a reforma do ensino médio. Segundo o presidente, a discussão começa a partir da apresentação da MP e não descarta que ela seja substituída por um projeto de lei de um deputado.
O que vejo, hoje, as pessoas acham que é ironia, mas vejo que há muito protesto físico. Não há protesto argumentativo, oral, intelectual. Sabe há quanto tempo se discute reforma no Ensino Médio? A primeira vez que ouvi foi em 1997. Passaram-se quase 20 anos sem reforma
Michel Temer
Outros temas
Temer falou ainda da relação política com os Estados Unidos após a eleição de Donald Trump. Disse que espera que o novo presidente não mude os acordos que os EUA têm com o Brasil.
O presidente descartou mais uma vez a possibilidade de ser candidato em 2018 e afirmou que o sonho dele é que o povo olhe e diga: “Esse sujeito colocou o país nos trilhos”.
A apresentação do programa foi do jornalista Augusto Nunes. A bancada de entrevistadores foi formada por Willian Corrêa (coordenador-geral de jornalismo da TV Cultura e âncora do Jornal da Cultura); João Caminoto (diretor de Jornalismo do Grupo Estado); Sérgio Dávila (editor executivo do jornal Folha de S.Paulo); Eliane Cantanhêde (colunista do jornal O Estado de S. Paulo e comentarista da Globonews), e Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo e titular do blog do Noblat.