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Lula será novo ministro da Casa Civil

A decisão foi tomada após o ex-presidente passar a manhã desta quarta-feira (16/3) em reunião com Dilma Rousseff

atualizado

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Heinrich Aikawa/Instituto Lula
Lula
1 de 1 Lula - Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou ser ministro do governo Dilma. Ele assumirá a Casa Civil. A decisão foi tomada após Lula passar a manhã desta quarta-feira (16/3) em reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada.

O Palácio do Planalto confirmou a mudança por meio de nota oficial. A posse de Lula só deve ocorrer na próxima terça-feira (22). O ex-presidente embarcou de volta para São Paulo nesta tarde.

Jaques Wagner, até então ministro-chefe da Casa Civil, assumirá a chefia de gabinete, ocupado atualmente por Álvaro Henrique Baggio. Wagner deixou a reunião no Palácio da Alvorada e seguiu para Salvador, para celebrar o seu aniversário. O deputado e líder do PT na Câmara, José Guimarães, comemorou a entrada de Lula no governo da Dilma por meio de sua conta no Twitter.

De acordo com a base governista, a ida de Lula para o ministério fortaleceria o mandato da presidente Dilma Rousseff. Já a oposição afirma que o novo posto do ex-presidente veio para ajudá-lo nas investigações da operação Lava Jato. Como ministro, Lula teria foro privilegiado e escaparia das mãos do juiz federal Sérgio Moro.

Michael Melo/Metrópoles
Após a reunião com a presidente Dilma, Lula embarcou de volta para São Paulo

Com a chegada de Lula ao governo de Dilma deve haver mudança no cenário econômico do país. Entre elas, a saída de Alexandre Tombini da presidência do Banco Central. Na manhã desta quarta-feira, o mercado monetário já mostrava uma alta do dólar por conta das modificações dentro do governo. A moeda, que chegou a custar R$ 3,94 no dia 1 de março, caiu para R$ 3,59 na última sexta-feira (11) e agora passou a valer R$ 3,82.

Opiniões
A escolha de Lula como ministro da Casa Civil é um erro do ponto de vista do funcionamento do governo, na opinião do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Por aí não vai. Acho difícil. A Casa Civil no Brasil é responsável pelo comando da máquina administrativa não é da política. Precisa de alguém comandar para as coisas acontecerem. Colocar política (na Casa Civil) vai fazer uma confusão no Congresso que vai cobrar vantagens 

Fernando Henrique Cardoso, durante evento em São Paulo

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta que “indiscutivelmente” o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é bem visto pelo Congresso, mas ressalvou que não dá para avaliar se a ida dele para um ministério teria condições de resolver a crise por que passa o governo Dilma Rousseff. “Ele tem boa relação com o Congresso e eu torço que o Brasil melhore, que as coisas comecem a dar certo”.

Jaques Wagner, que cederá seu lugar no governo para o ex-presidente Lula, usou, no início da tarde, as redes sociais para agradecer a presidente Dilma Rousseff e exaltar a entrada do antecessor de Dilma no governo.

A agenda do desenvolvimento, da retomada do crescimento econômico com justiça social, a articulação política e o diálogo…

Publicado por Jaques Wagner em Quarta, 16 de março de 2016

 

Próximo à presidente Dilma Rousseff desde o final do ano passado, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), avaliou que a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil do governo Dilma Rousseff “muda o cenário”, mas ponderou que ainda é preciso aguardar os desdobramentos. “É uma novidade. Muda a direção da condução política. A aguardar os desdobramentos, mas cria uma nova oportunidade de diálogo, de estabelecer um diálogo político, com os agentes econômicos”, afirmou.

Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e um dos principais líderes da Frente Brasil Popular, grupo que reúne as entidades dos movimentos sociais que dão suporte ao governo Dilma Rousseff, afirmou que Lula vai mudar “radicalmente” o governo ao assumir a Casa Civil. “A presença do ex-presidente vai mudar radicalmente e dar uma guinada à esquerda no governo. Essa é a motivação dele”, disse o dirigente. Segundo Vagner, as mudanças ocorrerão “fundamentalmente” na política econômica.

Um dos parlamentares mais influentes na área econômica no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que não há espaço para uma guinada na política econômica, mesmo com a assunção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministro do governo Dilma Rousseff. Ele disse que o quadro de recessão e as dificuldades fiscais do Executivo dificultam uma mudança radical da condução da economia.

O peemedebista afirmou que, se uma guinada ocorrer, no outro dia o mercado reagirá negativamente. “A resposta da economia a loucuras é negativa, o dólar sobe, ninguém investe e, daqui a pouco, quem não está investindo vai tirar as empresas do Brasil. Aí, vira a Venezuela”, disse. “Não dá para inventar, invenção é contra o governo, passou a hora de pedalar”, completou. Com informações da Agência Estado

 

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