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Líderes orientam bancadas na votação do impeachment na comissão

Leonardo Picciani (RJ), líder do PMDB na Câmara dos Deputados, liberou parlamentares do partido

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Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados
Leonardo Picciani
1 de 1 Leonardo Picciani - Foto: Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados

 

O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), acaba de liberar a bancada a votar como quiser na comissão especial do impeachment. Com uma bancada dividida, o anúncio de Picciani já era esperado e foi aplaudido pelo plenário. “É razoável que os votos sejam dados com a consciência”, declarou o líder, o primeiro a usar os 10 minutos do tempo de liderança para se manifestar no plenário.

Em seu discurso, Picciani disse que o julgamento será feito pelo curso da história e que seja qual for o desfecho do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, “ainda teremos um grande caminho pela frente”. Ele revelou que recebeu muitas mensagens nos últimos dias, seja de defensores do impedimento, seja de defensores do mandato de Dilma.

PT considera traição
Ao defender voto contrário ao parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) pela admissibilidade do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), acusou de “golpistas” os que defendem o afastamento de Dilma.

Florence disse que o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), tem agido como “conspirador” e “traidor”. O petista também criticou a parecer apresentado por Arantes e acusou o relator de agir a mando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de Temer e dos partidos de oposição.

“Não vai ter golpe, porque não é só um golpe, é uma traição ser nomeado articulador político [Temer] e conspirar contra a presidenta. É traição ser presidente da Câmara e rasgar o regimento e a Constituição para acelerar o impeachment e estancar a possibilidade de ser investigado”, disse Florence em sua fala na Comissão Especial do Impeachment. Todos os líderes de partidos têm direito à palavra antes do início da votação do parecer.

“Esse relatório está contaminado na sua origem porque ele tem o fio único de desestabilizar o país a serviço dos interesses de Eduardo Cunha, Michel Temer e Aécio Neves”, acrescentou.

O petista disse que a eventual aprovação do impeachment seria “uma traição” aos mais pobres e provocaria uma comoção no país. “Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe, é golpe doloso, é traição ao país, ao povo pobre. E vocês não terão sossego se fizerem isso. Porque o povo irá para as ruas mobilizado para lutar pelas suas conquistas.”

O impedimento de Dilma, segundo Florence, significaria o fim dos programas sociais e o “engavetamento” das investigações da operação Lava Jato. “A consciência democrática vai reverberar aqui dentro. Vossas excelências que trabalham pelo golpe vão entrar para a história pela lata do lixo. Isso é golpismo contra o povo pobre, contra o Bolsa Família, contra o voto popular”.

Para o líder petista, o relatório pró-impeachment será derrotado na Comissão Especial e também no plenário da Câmara.

PSB de posiciona a favor

Após reunião da direção executiva, o PSB anunciou, nesta segunda-feira, 11, que será favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Entretanto, não haverá punição àqueles que votarem diferente da orientação nacional do partido e os parlamentares não serão punidos. “O PSB tem agora uma posição oficial: Apoia e orienta sua bancada na Câmara dos Deputados a votar favoravelmente ao impeachment da presidente Dilma Rousseff”, anunciou o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.

Não havia muito mistério na posição a ser tomada pelo partido, e sim quanto às consequências para aqueles que não votassem de acordo com a orientação nacional. Entretanto, como adiantou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, os parlamentares poderão exercer o seu voto individual sem retaliações posteriores. Na prática, é como se a bancada estivesse liberada.

“Há pessoas no PSB – são pouquíssimas – que não estão de acordo com o impeachment. Acho que elas estão equivocadas, mas nós respeitamos e não faremos disso um cavalo de batalha”, disse Siqueira. A bancada do PSB na Câmara conta com 31 deputados e o partido calcula que pelo menos 80% sejam favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Siqueira também confirmou que há compromisso para que os quatro deputados que representam o partido na comissão de impeachment votem juntos pelo afastamento da presidente nesta tarde. Ainda há dúvidas quanto ao posicionamento do deputado Bebeto (PSB-BA). No Placar do Impeachment, atualizado diariamente pelo Grupo Estado, ele é o único dos quatro deputados que ainda consta como “indeciso”.

Para Jonas Donizette, prefeito de Campinas e membro da executiva, não haveria incongruência se Bebeto votasse à favor do impeachment na comissão hoje e, depois, contra o afastamento da presidente na votação em plenário no fim de semana. De acordo com ele, a votação de hoje trata apenas da admissibilidade do processo e não do mérito.

Dentre os membros da Executiva, aqueles que se demonstram mais fiéis à presidente são o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e os senadores João Capiberibe (AP) e Lídice da Mata (BA). Durante a reunião, Lídice defendeu o direito de voto pessoal de cada parlamentar e fez uma comparação com um projeto de lei que envolvesse os princípios individuais de cada um, como por exemplo a legalização do aborto.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, não compareceu à reunião, mas expressou seu posicionamento em favor do impeachment por escrito ontem. Já o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, preferiu se manter neutro, segundo ele, por ocupar um cargo em que terá de garantir a liberdade de expressão de ambos os grupos durante as manifestações que devem acompanhar a votação no Congresso.

Apesar do apoio ao impeachment, o presidente do PSB preferiu não dar declarações sobre possível apoio ao vice-presidente da República, Michel Temer. “Vamos por partes. Cada dia um leão a ser morto. No momento o que decidimos é apoiar o impeachment. Num futuro, vamos pensar sobre isso”, desconversou Siqueira.

Com informações da Agência Brasil e Agência Estado

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