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Líderes na Câmara dizem que cerco está se fechando contra Cunha

Na próxima semana, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) começará a analisar um recurso do peemedebista contra o pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética, mas o sentimento na Casa é que a cada dia que passa as chances de Cunha diminuem

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Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Brasília – DF 17/04/2016
1 de 1 Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Brasília – DF 17/04/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Líderes partidários na Câmara dos Deputados avaliam que o avanço da Operação Lava Jato está “fechando o cerco” contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na próxima semana, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) começará a analisar um recurso do peemedebista contra o pedido de cassação aprovado no Conselho de Ética, mas o sentimento na Casa é que a cada dia que passa as chances de Cunha diminuem.

A prisão nesta manhã do empresário Lucio Bolonha Funaro, amigo de Cunha, foi mais um golpe para o peemedebista e ocorre num momento crucial para a defesa de seu mandato, justamente quando ele tenta angariar votos na CCJ para barrar o avanço do processo disciplinar. “Não tem nada positivo para o Eduardo, só vai deteriorando”, resumiu um aliado do presidente afastado da Câmara.

Funaro é suspeito de achacar grandes empresas e é apontado como operador de propina de Cunha. A prisão é fruto da delação do ex-vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto, que acusa Cunha de decidir quais empresas deveriam receber aportes do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS). Cleto contou aos investigadores que o deputado recebeu propinas em 12 operações de grupos empresariais que obtiveram aportes milionários do FI-FGTS. “Não tem saída para Cunha, nem na Câmara, nem na Justiça”, comentou um líder aliado do Palácio do Planalto.

O recurso na CCJ é a última cartada de Cunha para evitar que o processo disciplinar chegue nos próximos dias ao plenário. O peemedebista conseguiu emplacar na relatoria do recurso um aliado, o líder do PROS Ronaldo Fonseca (DF), que já adiou a entrega do parecer, o que deixa praticamente para depois do recesso a votação no plenário. No recurso, o deputado aponta 16 supostas irregularidades na condução do processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética, o que teria gerado, segundo sua defesa, nulidades processuais. Se a CCJ acolher os pedidos, o processo pode voltar à estaca zero no conselho.

Nesta semana, líderes partidários apontaram a existência de negociações para preservar o mandato do peemedebista. A antiga oposição ao governo Dilma Rousseff, formada por DEM, PPS, PSDB e PSB, diz que não fará acordo para salvar Cunha. “Não há acordo que me faça votar a favor do denunciado Eduardo Cunha. Votei a favor da cassação dele no Conselho de Ética e permaneço convicto de que ele tem que perder o mandato pela falta gravíssima que cometeu perante seus pares”, afirmou por meio de nota o vice-líder do PSDB, Betinho Gomes (PE). “E na CCJ, da minha parte, o jogo será bruto contra quem há quase uma dezena de pedidos de investigação no Supremo Tribunal Federal”, complementa o documento.

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