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Lewandowski nega conversas mencionadas em delação de Delcídio

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, também minimizou as declarações do senador

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Tânia Rêgo/Agência Brasil
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1 de 1 TR_Ricardo_Lewandowski_Judiciario_Fluminense_18092015_003 - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, em nota, que tenha participado de qualquer tipo de conversa nos termos citados na delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS).

De acordo com Delcídio, Lewandowski teria se encontrado em Portugal com o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a própria presidente Dilma Rousseff para tratar da Operação Lava Jato e do processo de impeachment. Além disso, o ministro Aloizio Mercadante teria prometido falar com Lewandowski para interceder pela liberdade de Delcídio.

No comunicado, o ministro do Supremo afirma que não tem poder decisório sobre os casos citados por Delcídio, já que a relatoria da Lava Jato no STF é do ministro Teori Zavascki, e as decisões sobre liberdade de investigados presos na Operação caberia à Segunda Turma, da qual Lewandowski não faz parte.

“Como chefe do Poder Judiciário, o presidente do STF zela pela independência e pela imparcialidade do exercício da magistratura”, afirma a nota. A delação premiada de Delcídio foi homologada nesta terça-feira (15/3). O ex-líder do governo firmou o acordo com a Procuradoria-Geral da República para colaborar com as investigações e fez acusações contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Delcídio deixou a prisão em 19 de fevereiro, após ter ficado quase três meses na cadeia acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

Eduardo Cunha
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também minimizou o conteúdo da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) envolvendo seu nome. Em depoimento, o ex-líder do governo no Senado chamou o peemedebista de “menino de recados” do banqueiro André Esteves em assuntos de interesse do Banco BTG. “Tem coisa muito mais grave nisso aí (delação) para vocês se preocuparem”, respondeu, ao chegar ao seu gabinete.

Em delação premiada, Delcídio citou aos investigadores a apresentação de emenda por parte da Câmara dos Deputados a uma MP (668 ou 681, segundo Delcídio) possibilitando a utilização de ativos das instituições em liquidação de dívidas. Entre as tratativas de Esteves junto a Cunha estaria a possibilidade de inclusão de mecanismos para que bancos falidos utilizassem os Fundos de Compensação de Variações Salariais (FCVS) para quitar dívidas com a União.

No início deste mês, Cunha se tornou o primeiro político a responder por uma ação penal no STF por causa das investigações da Operação Lava Jato. Por unanimidade, os ministros acolheram a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que o deputado usou o cargo para pressionar pelo recebimento de US$ 5 milhões em propinas em contratos com a Petrobras. Cunha responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

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