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Lava Jato: ex-deputado Eduardo Cunha é preso em Brasília

O juiz Sérgio Moro, responsável pela operação, determinou a prisão preventiva do peemedebista

atualizado

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Eduardo Cunha é preso em Brasília e levado a Curitiba
1 de 1 Eduardo Cunha é preso em Brasília e levado a Curitiba - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Polícia Federal prendeu, às 13h20 desta quarta-feira (19/10), o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília. A prisão foi decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Operação Lava Jato. Escoltado, mas sem algemas, Cunha embarcou para Curitiba (PR) a bordo de um jatinho da PF, às 15h.

Moro atendeu a um pedido da força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF). De acordo com os procuradores, Cunha, em liberdade, “representa risco à instrução do processo e à ordem pública.” Além disso, argumentaram que “há possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior e da dupla nacionalidade.”

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Despacho do juiz Sérgio Moro

Nesta quarta, a casa de Cunha na Barra da Tijuca, que fica na zona oeste do Rio de Janeiro, também foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal. O ex-deputado foi levado para o aeroporto de Brasília. A previsão é que chegue entre as 17h e as 18h à capital do Paraná.

Cunha foi preso na Asa Sul. De acordo com uma postagem feita em uma rede social quatro horas antes da ação da PF, o ex-deputado foi visto em uma padaria da 113 Sul na manhã desta quarta. E teria cumprimentado os funcionários do estabelecimento.

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Avião que levará o ex-deputado para Curitiba

O peemedebista perdeu o mandato de deputado federal em setembro deste ano, após ser cassado pelo plenário da Câmara. Com isso, não tem mais foro privilegiado, que é o direito de ser processado e julgado no Supremo Tribunal Federal (STF). O político é acusado de manter contas na Suíça com dinheiro que viria de propina da Petrobras.

Sem foro, o processo contra Cunha foi deslocado para a 13ª Vara de Curitiba, base da Lava Jato. Na segunda-feira (17), Moro intimou o ex-parlamentar a apresentar sua defesa prévia em ação penal que atribui ao ex-deputado US$ 5 milhões nas contas secretas que ele mantinha na Suíça.

A mulher de Eduardo Cunha, Cláudia, também é acusada na Lava Jato. De acordo com os investigadores, mais de US$ 1 milhão da propina que o peemedebista teria recebido sobre contrato da Petrobras no campo petrolífero de Benin, na África, foram gastos por ela em compras de luxo na Europa. Cláudia adquiriu sapatos, bolsas e roupas de grife na França, Itália e em outros países europeus.

Repercussão
Na Câmara Federal, assim que Cunha foi preso, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu a palavra e anunciou no plenário a ação da PF em Brasília. Adversário político do peemedebista, o deputado disse esperar que Cunha tenha amplo direito de defesa durante o processo.

O líder da oposição, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), anunciou no plenário do Senado a prisão preventiva do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O senador disse torcer por uma delação e afirmou que, caso aconteça, o governo de Michel Temer não irá resistir. “Acaba de ser preso Eduardo Cunha. E eu, sinceramente, espero que ele faça uma delação. Se ele fizer uma delação, esse governo de Michel Temer não se sustenta por um dia”, anunciou Lindbergh.

Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esquivou-se de emitir uma opinião sobre a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no curso da Operação Lava Jato. “O que importa o que eu acho?”, perguntou.

O único com discurso diferente foi o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) que disse que “o governo está em silêncio porque o Brasil está mudando e vai continuar a mudar”. “Hoje foi o Cunho, mas amanhã pode ser o Lula”, complementou.

A prisão de Eduardo Cunha também já começou a repercutir internacionalmente. O jornal norte-americano Financial Times anunciou que “o Frank Underwood do Brasil”, referência ao político inescrupuloso da série “House of Cards”, foi detido por denúncias de corrupção.

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