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Hugo Motta oficializa candidatura à liderança do PMDB nesta tarde

O deputado seria o indicado de Eduardo Cunha para ocupar o cargo

atualizado

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1 de 1 hugo motta - Foto: Divulgação

O deputado Hugo Motta (PB) oficializará no final da tarde desta quarta-feira (20) sua candidatura à liderança da bancada do PMDB na Câmara. Apoiada nos bastidores pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a candidatura de Motta visa enfraquecer as chances de recondução do atual líder, Leonardo Picciani (RJ), e garantir o que nem o fluminense nem Leonardo Quintão (MG), o outro candidato, conseguem: unificar a bancada de 67 parlamentares. “Não sou candidato a líder do governo nem a líder da oposição”, disse Motta à reportagem. O deputado disse que, eleito, será o “porta-voz da bancada”.

A candidatura de Hugo Motta conta com a bênção do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer. Os dois conversaram na noite de ontem. Motta também conversou com deputados apoiadores de Picciani e de Quintão.

Nas conversas com Leonardo Quintão eles discutiram a possibilidade de alinhamento entre eles contra Picciani em um eventual segundo turno. “Há uma possibilidade de alinhamento sim, mas vou trabalhar para ganhar no primeiro turno”, afirmou.

A principal bandeira da campanha de Motta será a unidade partidária, tema crucial para a recondução de Temer à presidência do PMDB. O deputado prometeu pedir apoio a Temer, que disse ao paraibano não poder interferir diretamente na campanha pela liderança para não se indispor com nenhuma ala do partido.

Por orientação de Cunha, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, pauta que divide a bancada, é assunto vetado na campanha do candidato que será oficializado às 17h30, em entrevista coletiva.

Motta já deu algumas declarações contra o impeachment, mas disse que a “posição pessoal vai ficar afastada da posição de líder”. “Este tema não faz parte da minha campanha”, disse Motta. “Não sou candidato a capitão do impeachment nem a capitão contra o impeachment.”

Próximo a Eduardo Cunha, Motta está em seu segundo mandato como deputado federal e, no ano passado, presidiu a CPI da Petrobras. Ele negou que a liderança do PMDB seja um degrau para cacifá-lo a disputar as eleições municipais deste ano. “Não sou candidato a prefeito. Sou candidato a líder do PMDB. É a única eleição que vou disputar este ano”, afirmou.

Propostas
Motta pretende lançar uma cartilha com suas proposta para líder do PMDB. Além de prometer buscar a unidade do partido, ele afirma que se comprometerá a dar visibilidade às bancadas estaduais, a criar um sistema de acompanhamento e cobrança de liberação de emendas parlamentares por parte do governo federal, assim como dar mais visibilidade aos mandatos dos peemedebistas.

Repercussão
O atual líder da bancada do PMDB na Câmara e candidato à recondução ao cargo, Leonardo Picciani (RJ), minimizou nesta tarde a entrada de Hugo Motta (PB) na disputa. O peemedebista disse à reportagem que não mudará a forma como vem buscando votos, apesar de perceber que seus adversários “mudam a estratégia a cada minuto”.

“Não cabe a mim fazer comentários sobre os adversários, estou mais preocupado em conversar com os deputados e conquistar apoio para minha candidatura. Busquei sempre fortalecer a bancada e pretendo continuar com respeito às opiniões divergentes”, reiterou.

Ao ser questionado sobre a força do aval do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a Motta, o deputado fluminense desconversou: “Ele é que deve dizer de que forma o Eduardo vai influenciá-lo”.

Diante das denúncias da Operação Lava Jato e a iminência do julgamento do pedido de afastamento do cargo feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha vem enfrentando um processo de enfraquecimento político na Casa. O grupo de Picciani acredita que o apoio de Cunha influenciará negativamente a candidatura de Motta.

Até ontem, o atual líder apostava que a disputa se daria entre ele e o mineiro Leonardo Quintão. Sem o apoio da bancada de Minas Gerais, Quintão esperava até o último momento contar com a influência de Cunha e da ala pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff para disputar contra Picciani. Com os esforços de Cunha concentrados em Motta, Quintão já sabe que corre o risco de não ir para o segundo turno contra Picciani.

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