Governo estuda cumprir acordos após votação do impeachment na Câmara
Previsão é que o afastamento seja discutido a partir de 15 de abril. Ideia seria “amarrar” negociações com o centrão (PSD, PP, PR e PRB) e entregar cargos após decisão
atualizado
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O governo estuda estender as negociações sobre cargos com aliados até a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. O motivo, segundo o jornal Estado de S. Paulo, é o medo de traições. A previsão inicial é de que o afastamento seja discutido a partir do dia 15 de abril. A ideia seria “amarrar” os acordos com o centrão (PSD, PP, PR e PRB) e entregar os cargos somente após a votação.
Segundo o Estado, diante de um número de dissidentes nos partidos, lideranças envolvidas nas tratativas afirmam que o governo não teria tempo para realizar uma nova reforma ministerial em dois dias – prazo que o processo tem para sair da Comissão Especial e ir a plenário. No entanto, a ideia não é consenso: alguns assessores da presidente consideram a medida “descabida”.A aposta do Planalto tem sido a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o jornal, Lula tem feito a diferença na contabilidade de votos contra o impeachment, mas ainda não há segurança sobre os votos necessários para evitar o afastamento de Dilma.
Negociações
Em entrevista ao Estado, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que o partido não pretende assumir cargos no governo até que a votação do impeachment seja concluída. Ele ressaltou ainda que a expectativa é que o PP seja reconhecido como a maior bancada governista após a votação. Ainda de acordo com o jornal, o presidente do PSD, Guilherme Campos, acredita que as negociações não serão concluídas nos próximos dias.
O governo estuda dar mais um ministério ao PR, que hoje controla o Ministério dos Transportes. O partido pode ficar com o Turismo, que era do PMDB, ou o Esporte, antes comandado pelo PRB. A legenda pretende assumir uma posição somente após a apresentação do relatório da Comissão Especial. Já o PRB, que havia deixado a base governista, deve retornar em troca da pasta que não for para o PR. Com informações do Estado de S. Paulo.