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Funaro afirma em depoimento que Temer sabia de Caixa 2, diz jornal

O operador reconheceu ter movimentado recursos ilícitos do PMDB. Ele prestou depoimento à Polícia Federal na quarta-feira (14/6)

atualizado

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1 de 1 funaro - Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo/AE

Em depoimento prestado à Polícia Federal nesta quarta-feira (14/6), o operador Lúcio Bolonha Funaro reconheceu ter movimentado recursos de caixa 2 do PMDB. Apontado como aliado do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em esquemas de corrupção, ele teria feito acusações ao presidente Michel Temer (PMDB). As informações foram publicadas na edição desta sexta (16) do jornal O Globo.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, ele afirmou que Temer tinha conhecimento de doações ilícitas de campanha feitas ao PMDB, legenda que presidiu de 2001 a 2016. A assessoria do presidente negou em nota ter tido conhecimento de financiamento ilegal de campanha para a sigla. “O presidente Michel Temer somente tinha conhecimento de doações legais ao partido”, informou.

Segundo a reportagem, Funaro discorreu, em seu depoimento, sobre como funcionava o esquema de nomeações a cargos públicos articulado pelo PMDB e associadas a desvios de recursos. Teria negado, entretanto, que ele ou seus familiares tenham recebido recursos da J&F, que controla a JBS, para se manter calado.

De acordo com ele, o dinheiro recebido dos irmãos Batista era referente a contratos legais de prestação de serviços em operações de mercado. Seria essa, inclusive, a origem dos R$ 400 mil em dinheiro vivo recebidos por sua irmã Roberta, que chegou a ser presa pela Polícia Federal.

Funaro permaneceu durante quase quatro horas respondendo às perguntas do delegado sobre a gravação revelada por Joesley Batista, na qual o empresário dizia estar pagando pelo silêncio dele e do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB). Nos áudios, Temer é gravado falando: “Tem que manter isso, viu?”. O Palácio do Planalto alega que o trecho da gravação está inaudível e fora do contexto. A Polícia Federal faz perícia nos áudios.

 

Preso desde 1º de julho de 2016, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, Funaro negocia um explosivo acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Caso seja firmada, a colaboração dele promete detalhar desvios financeiros praticados pelo PMDB da Câmara dos Deputados – grupo liderado por Temer, principal alvo de sua delação.

Denúncias
Funaro atuou junto a Eduardo Cunha entre 2011 e 2015. Conhece cada operação financeira apontada como criminosa pelos procuradores da República. Ele é acusado pelo MPF de cobrar propina a empresários interessados em conseguir empréstimos do Fundo de Investimentos do FGTS, o FI-FGTS. Caiu na Lava Jato a partir da delação do ex-vice-presidente da Caixa Econômica Fábio Cleto.

Cleto contou aos investigadores que Cunha ficava com a maior parte da propina afanada do fundo (80%). Funaro ficava com 12%, enquanto os 8% restantes eram divididos entre o próprio Cleto e o empresário Alexandre Margotto, apontado como ex-assessor de Funaro. Em troca de uma janela para a liberdade, o doleiro está prestes a admitir a parte que lhe cabe no esquema e tipificar a atuação de vários outros políticos e empresários.

Funaro tem, por exemplo, detalhes sobre os bastidores da construção do residencial La Vue, que motivou a queda do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, da gestão Temer. E se diz capaz de desestabilizar o governo federal a partir dos relatos sobre o papel de cada um dos políticos citados em esquemas de corrupção.

Em relatório da Polícia Federal que reúne a transcrição de conversas mantidas pelo operador, é possível tirar a temperatura do poder explosivo de Funaro ao falar de Geddel: “Ele é boca de jacaré para receber e carneirinho para trabalhar, e ainda reclamão”. (Com informações da Agência Estado)

 

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