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Eventual caixa 2 é problema de João Santana e do PT, afirma Dilma

Em entrevista a uma rádio mineira, a presidente afastada afirmou: “Não é a mim que você tem de perguntar isso. Ele (João Santana) tratou essa questão com a tesouraria do PT”

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
A resistência ao golpe de 2016 – Brasília(DF), 30/05/2016
1 de 1 A resistência ao golpe de 2016 – Brasília(DF), 30/05/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A presidente da República afastada, Dilma Rousseff, se esquivou de responsabilidades sobre a denúncia de caixa 2 na sua campanha de 2010 e deu a entender que o problema é do PT. O publicitário João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, alegaram na semana passada que US$ 4,5 milhões recebidos em uma conta na Suíça tiveram como origem caixa 2 da campanha de Dilma. O casal foi interrogado em Curitiba pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância.

“Se ele recebeu US$ 4,5 milhões, não foi da organização da minha campanha, porque ele diz que recebeu isso em 2013. A campanha começa em 2010 e, até o fim do ano, antes da diplomação, ela é encerrada. Tudo que ficou pendente sobre pagamentos da campanha passa a ser responsabilidade do partido. Minha campanha não tem a menor responsabilidade sobre em que condições pagou-se dívida remanescente da campanha de 2010. Não é a mim que você tem de perguntar isso. Ele (João Santana) tratou essa questão com a tesouraria do PT”, afirmou Dilma na manhã desta quarta-feira (27/7), em entrevista à Rádio Educadora, de Uberlândia (MG).

Disposição
Questionada sobre informações divulgadas pela imprensa, de que ela teria dito ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), querer “acabar logo com essa agonia” do impeachment, Dilma disse que essa história é uma invenção. “Eu não estive com ele (Renan) na semana passada nem retrasada. Há uma tentativa sistemática da mídia de querer passar uma imagem de que eu estou disposta a renunciar, que estou cansada. Eu não estou cansada, estou plenamente disposta a lutar até o último minuto pelos meus direitos”, afirmou Dilma.

A presidente afastada disse não ser verdade existirem perspectivas desfavoráveis a ela sobre a futura votação no Senado. Segundo ela, à medida que se aproxima o dia do julgamento do mérito pelos senadores, haverá uma “guerra de informação”, com um lado dizendo que tem os votos necessários e o outro desmentindo. “É que nem jogo de futebol, que se joga até o fim da partida. Eu vou lutar até o fim para ganhar e fazer com que a democracia ganhe”.

Segundo Dilma, sua defesa será entregue até quinta-feira, 28, para a Comissão Especial do Impeachment. Ontem, a comissão concedeu mais um dia de prazo, após os advogados de Dilma alegarem que não conseguiram acessar o site do Senado para obter documentos do processo. “Nossa defesa está praticamente pronta e será entregue amanhã, isso é algo trivial”, comentou.

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