Eike doou R$ 12,6 milhões a campanhas eleitorais desde 2006
A lista inclui candidatos a prefeito, deputado, senador e presidente. Em 2014 e em 2016 não foram identificados repasses eleitorais
atualizado
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Com a prisão decretada nesta quinta-feira (26/1), o empresário Eike Batista figura como um grande doador de campanhas eleitorais. Suas contribuições somam R$ 12,6 milhões e foram distribuídas para 13 partidos entre 2006 e 2012. A lista inclui candidatos a prefeito, deputado, senador e presidente. Em 2014 e em 2016 não foram identificados repasses eleitorais.
As maiores doações irrigaram candidatos em estados nos quais Eike possui negócios, como Rio de Janeiro, região petrolífera e sede de suas empresas, Minas e Mato Grosso do Sul, onde investe na exploração de minério, e no Amapá, em que além de negócios de mineração, o empresário também possuía licença de operação de linhas ferroviárias.
Em 2006, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também recebeu R$ 1 milhão em doações, enquanto R$ 100 mil foram doados para Cristovam Buarque, que disputava a presidência da República pelo PDT.
Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado, o empresário afirmou que foi educado “com o conceito de comunidade”, fazendo doações “voluntárias” a diferentes partidos e candidatos.
Operação Eficiência
No Brasil, a Polícia Federal cumpre mandados de prisão, busca e apreensão nesta quinta-feira (26/1) em mais uma fase da Operação Lava Jato, no Rio. O principal alvo dos agentes é Eike, dono do grupo EBX, contra quem foi expedido mandado de prisão preventiva. Aos agentes que foram cumprir a ordem judicial, o advogado do empresário, Fernando Martins, informou que ele está viajando para fora do país e vai se entregar assim que retornar.
Para a PF, Eike já é considerado um foragido da Justiça e consta da lista vermelha da Interpol. De acordo com a PF, são investigados crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente US$ 100 milhões. “Boa parte dos valores já foi repatriada. Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa”, informou a corporação em nota.
A Operação Eficiência identificou a remessa de US$ 100 milhões para contas no exterior em favor de Sérgio Cabral e seus operadores de propinas. “Eu diria que esses US$ 100 milhões é algo além do inimaginável”, afirmou o procurador.
A polícia cumpriu quatro mandados de prisão, dos nove mandados expedidos pela Justiça: Alvaro Novis, Flavio Godinho, Tiago Aragão e Francisco Novis. Três já estavam presos — Sergio Cabral, Wilson Carlos e Carlos Miranda. Não foram cumpridos mandados contra Francisco de Assis e Eike Batista.