Dilma não deve deixar a política, diz Lindbergh
Lindbergh Farias senador aliado da ex-presidente, Dilma Rousseff, defende que ela não deve deixar a vida política. O senador esteve nesse fim de semana no Rio de Janeiro, onde disse ter conversado com eleitores, em sua percepção, Dilma saiu com mais empatia do processo de impeachment
atualizado
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O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), acredita que a ex-presidente Dilma Rousseff não deve deixar a política. O senador esteve na tarde desta terça-feira (6/9) na despedida da petista, que deixou o Palácio do Alvorada, em Brasília.
“É um momento triste, foi uma grande emoção vê-la entrar no avião. Mas a presidente se manteve forte, estava feliz e falando sobre o futuro. Acho que aquela ali não vai deixar a política”, disse. De fato, com o fatiamento da votação do impeachment, a ex-presidente perdeu o cargo, mas não perdeu o direito de exercer funções públicas, o que deve permitir que ela se candidate novamente.
Segundo Lindbergh, Dilma também perguntou sobre como foram os últimos protestos contra o governo Michel Temer que aconteceram em diferentes capitais no último final de semana. O senador está empolgado com as manifestações contra o governo. “Isso vai crescer, é uma sequência. Vai ter pressão de rua e essas mobilizações vão ser a preocupação de Temer”, disse.
O senador avisou que novos protestos já estão agendados para o próximo domingo em São Paulo. Na opinião do petista, o primeiro efeito das mobilizações é dificultar a votação de medidas impopulares, como a reforma trabalhista e o Programa de Participação de Investimentos (PPI).
Obstrução
Lindbergh afirmou que a bancada está preparada para entrar em obstrução na próxima quinta-feira, 8, quando está agendada a votação de duas medidas provisórias enviadas pelo governo Temer, da reforma administrativa e do PPI.
“Quinta-feira, vamos obstruir. Não vamos nem marcar presença. O objetivo é fazer os projetos caírem e impor uma derrota ao governo Temer”, disse. As duas MPs têm prazo de validade até essa quinta e, caso não sejam votadas, o governo terá de enviar novo texto ao Congresso.
O senador alega que o PPI é uma medida grave, que “abre a porteira para a privatização”. Ele também argumenta que o projeto simplifica questões de licenciamento ambiental e também sofre resistência entre grupos de preservação da natureza.
Aumento STF
Também estão na pauta da próxima quinta-feira no Senado dois requerimentos que pedem urgência na votação do aumento salarial para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e para o procurador-geral da República. Nesse aspecto, não há consenso na bancada do PT.
Enquanto Lindbergh se diz contra o aumento, o senador Humberto Costa (PT-PE), líder do PT, se posicionou favorável. A questão não foi fechada na bancada e os parlamentares devem votar como acharem conveniente. A matéria conta com forte resistência dentro da própria base do governo Temer. O PSDB se posicionou claramente contra os projetos.