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Dilma fura fila do INSS e se aposenta em tempo recorde

O tempo médio de espera para que um brasileiro comum consiga requerer a aposentadoria é de 74 dias. Em Brasília, onde pedido da ex-presidente foi deferido, a demora chega a 115 dias

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Daniel Ferreira/Metrópoles
A resistência ao golpe de 2016 – Brasília(DF), 30/05/2016
1 de 1 A resistência ao golpe de 2016 – Brasília(DF), 30/05/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Menos de 24 horas depois de ter assinado, em 31 de agosto, a notificação do Senado sobre o seu afastamento definitivo da Presidência da República, Dilma Rousseff já estava aposentada pelo INSS. Com a velocidade de um raio, ela obteve a remuneração mensal de R$ 5.189,82, o teto da Previdência. O tempo médio de espera para que um brasileiro comum consiga marcar uma data para requerer a aposentadoria é de 74 dias. Em Brasília, onde pedido de Dilma foi deferido, a demora chega a 115 dias. A ex-presidente nega qualquer privilégio.

Segundo matéria publicada pelo site da revista Época, Dilma não precisou nem colocar os pés fora do Alvorada para garantir a pensão. A ex-presidente furou todas as filas servindo-se dos préstimos do petista Carlos Gabas, seu ex-ministro da Previdência. Ele teria entrado pelos fundos de uma agência da Previdência na 502 Sul. Estava acompanhado de uma mulher munida de procuração da já ex-presidente. Servidor de carreira do INSS, Gabas foi exonerado neste sábado (1/10) pelo Ministério do Desenvolvimento Social, após a publicação da reportagem.

A dupla se dirigiu a uma área restrita a servidores da repartição. Quem os atendeu foi o chefe da agência, Iracemo da Costa Coelho. Encerrado o encontro, Dilma já estava formalmente aposentada. Não há nos computadores do INSS nenhum vestígio de que a presidente deposta ou seus prepostos tenham solicitado o agendamento prévio que se exige dos cidadãos comuns.

Ouvidos, Dilma e Gabas afirmam que não houve privilégio ou tratamento diferenciado. Nessa versão, o atendimento ocorreu longe do balcão, numa sala de frequência restrita a servidores por decisão do chefe da agência do INSS. Alegou-se, de resto, que o agendamento fora solicitado “meses” antes. Algo que o sistema informatizado da Previdência contesta.

Não bastasse isso, em outro procedimento totalmente fora dos padrões, o INSS realizou entre 8h42 e 18h43 do dia 10 de dezembro de 2015 16 alterações na ficha laboral de Dilma. Tudo homologado por uma única servidora da Diretoria de Atendimento do INSS. Oito dias antes, o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciara sua decisão de aceitar o pedido de impedimento de Dilma.

Ao longo daquelas dez horas, foram validados, alterados e excluídos vínculos trabalhistas desde 1975, que contariam para o cálculo de anos trabalhados pela petista na concessão de sua aposentadoria. Nota-se que já naquela época se antevia que a presidente perderia o cargo.

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