metropoles.com

Dilma: Errei ao não notar extrema direita dominando centro democrático

Presidente cassada discursou na Brazil Conference at Harvard & MIT, neste sábado (8/4), nos Estados Unidos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Ex-presidenta Dilma Rousseff durante evento no Teatro dos Bancários em Brasília – Brasília(DF), 24/08/2016
1 de 1 Ex-presidenta Dilma Rousseff durante evento no Teatro dos Bancários em Brasília – Brasília(DF), 24/08/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Um dos erros da presidente cassada Dilma Rousseff foi não ter percebido que o “centro democrático”, que garantiu a governabilidade de todas as administrações desde a redemocratização, havia sido dominado pela “extrema direita corrupta”. Esse diagnóstico foi feito pela própria petista em sua palestra, neste sábado (8/4), na Brazil Conference at Harvard & MIT.

O “MDB velho de guerra” sucumbiu à influência do deputado cassado Eduardo Cunha, afirmou Dilma, em referência a seu algoz no processo de impeachment. A petista fez sua apresentação no evento organizado por estudantes brasileiros do MIT e de Harvard poucas horas antes da participação do juiz Sérgio Moro na conferência. A ex-presidente ressaltou que a Operação Lava Jato só foi possível por mudanças legislativas propostas por seu governo, entre as quais a regulamentação da delação premiada.

A ex-presidente criticou o que considera uso político e ideológico da Lava Jato e disse ser possível combater a corrupção sem “comprometer o sistema democrático” do país. “Não é admissível juiz falar fora de processo, em qualquer lugar do mundo. O juiz não pode ser amigo do julgado. Não é possível qualquer forma de violação do direito de defesa.”

Lula
Em sua palestra, Dilma disse temer que seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, seja preso antes da disputa presidencial de 2018. A eventual prisão do petista representaria, em sua opinião, uma mudança ilegítima nas regras das eleições. “Me preocupa muito que prendam o Lula, me preocupa muito que tirem o Lula da parada”, afirmou.

“Infelizmente para as oposições, ele tem 38% nas pesquisas, com tudo o que fizeram com ele”, disse. “É uma possibilidade concreta, meus caros. Deixa ele concorrer para ver se ele não ganha”, ressaltou a petista na conferência. “Não acho que o Lula tem de ganhar ou perder. Ele tem de concorrer. Se perder, é a regra do jogo.”

Dilma defendeu uma Assembleia Constituinte exclusiva para realização da reforma política. Segundo ela, a fragmentação partidária tornou o Brasil ingovernável e alimentou o fisiologismo. “Todo mundo quer ter partido para ter Fundo Partidário e tempo de TV. Esse sistema cria mecanismos para que haja fisiologismo e corrupção”, afirmou a presidente cassada, que defendeu o financiamento público de campanhas.

Impeachment
Durante sua intervenção de quase uma hora, Dilma sustentou a tese de que seu afastamento foi um golpe praticado com o objetivo de restaurar uma agenda de governo neoliberal que, segundo ela, havia sido abandonada pelos governos petistas. “Durante quatro eleições consecutivas, nós havíamos derrotado o projeto neoliberal”, afirmou. “Daí a necessidade do impeachment ”

Para Dilma, a crise política brasileira só será resolvida com a eleição presidencial de 2018. “O Brasil sempre melhorou quando houve democracia.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?