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Deputados europeus pedem que UE suspenda relações com Brasil

O partido “Podemos”, que representou uma onda de protestos contra políticos tradicionais europeus, ganhou eleições importantes pela Espanha, mas continua com uma representação ainda modesta no Parlamento Europeu

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1 de 1 parlamento europeu ia - Foto: Divulgação

O partido político espanhol Podemos elevou o tom de críticas contra o governo de Michel Temer na manhã desta quinta-feira (1º/9), e pediu oficialmente que a União Europeia (UE) suspenda suas relações comerciais e políticas com o Brasil. O partido, que representou uma onda de protestos contra políticos tradicionais europeus, ganhou eleições importantes pela Espanha, mas continua com uma representação ainda modesta no Parlamento Europeu.

Na quarta-feira (31/8), o grupo já havia feito um pedido para que a UE continuasse a negociar com o Mercosul, mas sem a presença do Brasil. Nesta quinta, os parlamentares do Podemos foram além e exigiram que a UE suspenda suas relações políticas e comerciais com o país.

Para os deputados Xabier Benito e Miguel Urbán, a UE não pode reconhecer a “legitimidade do governo golpista até se restabeleça a vontade das urnas”. Em carta enviada à chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, o grupo político argumenta que o governo brasileiro “carece de legitimidade democrática”.

Urbán, que é membro da Comissão de Assuntos Externos do Parlamento Europeu, e Benito, vice-presidente da Comissão de Relações com o Mercosul, insistem que qualquer iniciativa comercial ou política por parte de Bruxelas, sede da União Europeia, legitimaria Temer. “Pedimos o fim imediato de qualquer relação comercial ou política”, escreveram.

Na carta, o grupo político cita um informe do Senado brasileiro e os argumentos do advogado de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo. Os deputados ainda pediram que Mogherini convoque o embaixador brasileiro em Bruxelas para consultas e que se faça uma avaliação da relação com Brasília.

“A UE precisa reagir”, disse Benito. Sua proposta é de que, na negociação entre o bloco e o Mercosul “não se inclua governos que não contem com o respaldo dos cidadãos”. “Não se deve reconhecer a legitimidade do governo de Michel Temer ou de nenhum outro que não seja eleito democraticamente nas urnas”, insistiu.

A Comissão Europeia deixou claro que não existe espaço para questionamentos o processo conduzido no Brasil. “A UE acredita que as instituições democráticas do Brasil foram capazes de lidar com os desafios políticos da situação”, afirmou. “A União Europeia vai continuar trabalhando com o governo brasileiro para fortalecer ainda mais as relações entre Brasil e a UE, além da nossa parceria estratégica para progressos no acordo com o Mercosul de forma a lidar com desafios regionais e globais”, indicou o bloco em um comunicado.

No dia 11 de maio, uma troca de ofertas foi realizada entre os dois blocos, a primeira desde 2004. “Esperamos que negociações intensivas comecem logo”, informou.

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