Críticas de Gilmar à Lava Jato devem ser muito bem ouvidas, diz Maia
Nesta semana, ministro do STF classificou de “modelo de gambiarras institucionais” os benefícios que juízes de primeira instância recebem e afirmou que é “preciso colocar freios” na operação
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira (25/8) que as críticas feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes à condução da Operação Lava Jato “precisam ser muito bem ouvidas” e negou que haja uma crise institucional no país.
“Quando ele (Gilmar Mendes) faz a crítica, ninguém tem de se sentir ofendido ou atacado. As pessoas têm de aproveitar que um ministro da qualidade do Gilmar Mendes (deu sua opinião) e avaliar por que ele fez aquela crítica”, disse Rodrigo Maia a jornalistas, depois de audiência com Gilmar Mendes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).Gilmar Mendes preside o TSE e recebeu Rodrigo Maia em seu gabinete na Corte Eleitoral depois da sessão no período da manhã
“As instituições brasileiras estão muito fortes. As investigações (da Lava Jato) avançaram muito e em nenhum momento foram prejudicadas. Quando um ministro como o Gilmar Mendes faz críticas, elas precisam ser muito bem ouvidas. Nós temos dois ouvidos pra ouvir muito”, comentou Rodrigo Maia.
Nesta semana, Gilmar classificou de “modelo de gambiarras institucionais” os benefícios que juízes de primeira instância recebem e afirmou que é “preciso colocar freios” na Lava Jato.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) disse que o ministro “milita contra as investigações da Operação Lava Jato, com a intenção de decretar o seu fim, e utiliza como pauta a remuneração da magistratura”.
Seis associações que representam cerca de 18 mil integrantes do Ministério Público, em nota, também expuseram total apoio aos “excepcionais esforços e trabalho” da Procuradoria-Geral da República e da Lava Jato no combate à corrupção.
Encontro
De acordo com Rodrigo Maia, o encontro de 50 minutos com Gilmar Mendes no TSE foi para tratar da atual conjuntura política. “Vim falar um pouquinho sobre expectativa desse início das eleições municipais, preocupação nossa com a nova regra, com o fim do financiamento privado, que pode gerar muitos problemas. É só trocar ideias, fazer essa visita pra que a gente possa estar sempre conversando, discutindo e no momento eleitoral o TSE tem um papel importante que a gente sempre apoia”, disse o presidente da Câmara.