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- Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
O julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff começou nesta quinta-feira (25/8) por volta das 9h30. O primeiro momento será marcado pelo depoimento de testemunhas arroladas pela acusação: o procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, e o auditor do TCU Antônio Carlos Costa D’Ávila. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski preside a sessão, que até agora foi marcada por troca de acusações e bate-boca entre os senadores.
A sessão foi suspensa às 13h para ser retomada a partir das 14h. Depois será feita uma nova pausa às 18h, para voltarem aos trabalhos uma hora depois, às 19h. Por volta das 23h deve haver uma nova interrupção.
Na fase de questão de ordem, por volta das 11h30, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a suposta “blindagem” ao presidente interino Michel Temer (PMDB-SP) e afirmou que o “Brasil sabe que Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara e deputado pelo PMDB-RJ) está chantageando essa nação”. “Se Eduardo Cunha abrir a boca, cai o Temer”. Lindbergh pediu a suspensão do processo até a Procuradoria-Geral da União definir o afastamento do presidente em exercício. Lewandowski negou o pedido, dizendo que “representação não é motivo para suspensão”.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) aproveitou para dizer que o senador disse “infâmias” e que ele quer “blindar” a presidente Dilma. Além disso, o senador afirma que os parlamentares contra o impeachment estão “abusando e usando de chicanas”.
O momento mais tenso da sessão pela manhã ocorreu em meio a um bate-boca entre o senador Magno Malta (PR-ES) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ao citar os áudios que envolvem o ex-presidente Lula e a presidente afastada, o senador indagou: “Gravação vale alguma coisa?”. A senadora devolveu questionando: “Qual é a moral desse Senado para julgar a presidente Dilma?”. Os parlamentares reagiram indignados.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disparou contra o marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo, que chegou a ser preso em uma operação da Polícia Federal. “Eu exijo respeito. Eu não sou assaltante de aposentado”, disse.
Senadores do PT reagiram, chamaram o democrata de “canalha” e pediram respeito ao PT. Durante o bate-boca, Caiado chegou a dizer para o senador Lindbergh Farias fazer exame “antidoping” e não ficar “cheirando”. Após o fim do bate-boca, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu “serenidade” aos colegas para que o julgamento pudesse continuar. Senadores ainda protestaram contra o tom usado por Gleisi.
Lewandowski, então, suspendeu a sessão por 5 minutos, mas a confusão continuou por mais algum tempo com Lindbergh Farias discutindo com os colegas com dedo em riste.
Veja a sessão ao vivo:
Confusão
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Ronaldo Caiado e Fátima Bezerra discutem durante o julgamento
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Lindbergh Farias diz que Michel Temer quer blindar o PMDB das investigações
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Janaína Paschoal diz que não recebeu dinheiro do PSDB
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José Eduardo Cardozo, advogado responsável pela defesa de Dilma Rousseff
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O presidente do Senado Renan Calheiros e o presidente do STF Ricardo Lewandowski durante a sessão
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Questão de ordem Lewandowski, abriu por volta das 10 horas, a fase para que os senadores possam fazer questões de ordem sobre o processo de julgamento final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Gleisi Hoffmann pediu o arquivamento da denúncia por inépcia na acusação na questão da edição dos decretos de créditos suplementares e voltou a afirmar que Dilma não cometeu crime de responsabilidade. A senadora e ex-ministra Kátia Abreu (PMDB-TO) fez seu primeiro discurso criticando a “ansiedade” dos governistas em terminar o processo contra Dilma. Ela reiterou que não houve crime na questão do financiamento do Plano Safra. Ambas pediram suspensão do processo por conta das questões de créditos suplementares. Lewandowski indeferiu as questões de ordem. “São questões de mérito e não de ordem”, disse o presidente do STF.
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pediu a suspensão do julgamento. Vanessa afirmou que o julgamento não deve ocorrer até a publicação de novo parecer sobre as contas de Dilma Rousseff. Novamente, Lewandowski indeferiu a questão de ordem.
Vanessa Grazziotin também afirma que o procurador Júlio Marcelo de Oliveira faz posts na internet desrespeitosos ao Congresso e pede para que ele seja retirado do processo. “Ele já foi ouvido nas fases anteriores e não há fato novo que o torne suspeito”, afirmou o presidente do STF, negando o pedido.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) apresentou questão de ordem sobre a suspeição na escolha de Antonio Anastasia (PSDB-MG) como relator do processo contra Dilma no Senado. Para ela, não houve “isenção e imparcialidade” para ter relatado o processo contra Dilma, por ser “um dos principais quadros do PSDB”, partido declarado como oposição ao PT. Em seguida, a senadora Simone Tebet (PMDB-MS) afirmou que a questão de Anastasia já foi decidida pelo plenário do Senado e pede que Lewandowski rejeite a questão de ordem da senadora Fátima.
Fátima Bezerra também afirmou que o processo de impeachment é uma “infâmia” que cassa o voto de milhões de brasileiros.
Janaína Paschoal, advogada de acusação,voltou a negar que recebeu dinheiro do PSDB para montar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
Início A sessão estava marcada para começar às 9h, mas até este horário só havia três parlamentares no local. Às 9h15 chegou ao plenário o presidente do STF Ricardo Lewandowski.
No início do julgamento, Lewandowski fez um pequeno discurso afirmando que os parlamentares “transmudam-se em pequenos juízes” e que suas decisões devem se afastar de posições ideológicas, partidárias e pessoais. Para o presidente do STF, um juiz não deve sofrer “influências externas indevidas”, atendo-se somente às provas. Ele também afirmou que não caberá recurso às suas decisões durante o julgamento.
Lindbergh Farias foi o primeiro parlamentar a ter a palavra. Ele criticou o presidente interino Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por “estipularem” a data de 30 de agosto para terminar o processo contra Dilma. Gleisi Hoffmann e Vanessa Grazziotin concordam com a afirmação de Lindbergh.
Em resposta, Lewandowski afirmou que o julgamento não tem prazo para terminar e que “o devido processo legal e o direito de defesa serão respeitados”. Já o senador Magno Malta (PR-ES) fala que as reclamações de Lindbergh e outros senadores pró-Dilma não passam de “mimimi do processo protelatório”. Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) também diz que o Brasil “não aguenta mais o retardamento” do processo contra Dilma. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) aproveitou seu discurso para acusar os parlamentares da oposição de “procrastinação” e “chicanas”.
José Eduardo Cardozo, advogado que atua em defesa da presidente afastada, protestou contra o uso da palavra “chicana” afirmando que a defesa em nenhum momento usou medidas procrastinatórias.
Próximos passos
Ainda devem ser ouvidas duas das seis testemunhas arroladas pela defesa. No total, os advogados de Dilma Rousseff convocaram o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck, o ex-secretário executivo do Ministério da Educação Luiz Cláudio Costa, o professor de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Ricardo Lodi Ribeiro e o professor de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Geraldo Prado.
Após o depoimento das testemunhas, cada senador inscrito terá 6 minutos para fazer perguntas e a resposta deverá ter também, no máximo, 6 minutos. Até o momento foi liberada a lista de quatro testemunhas. Na acusação, a lista do procurador Júlio Marcelo Oliveira já conta com 29 senadores inscritos, enquanto a do auditor Antônio D’Ávila tem 24 parlamentares. No lado da defesa, 27 senadores querem fazer perguntas ao economista Luiz Gonzaga Belluzzo e 23 irão se dirigir ao professor Geraldo Prado. (Com informações da Agência Estado)
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