Brasif afirma ter contratado Mirian Dutra e diz que FHC não participou da decisão
A jornalista disse que o ex-presidente, com quem ela teve um relacionamento extraconjugal nos 1980 e 1990, usou a empresa para enviar remessas de US$ 3 mil mensais
atualizado
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A Brasif S.A Exportação e Importação afirmou nesta sexta-feira, 19, por meio de nota, que a jornalista Mirian Dutra foi contratada pela empresa para realizar “pesquisas sobre preços em lojas e free shops” na Europa, mas negou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tenha participado da decisão.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a jornalista disse que o ex-presidente, com quem ela teve um relacionamento extraconjugal nos 1980 e 1990, usou a empresa para enviar remessas de US$ 3 mil mensais para “suplementar” sua renda.Segundo a Brasif, que explorava os free shops dos aeroportos brasileiros, o jornalista Fernando Lemos, cunhado de Mirian, foi o responsável pela indicação. “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não teve qualquer participação nessa contratação, tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em qualquer outra empresa da Brasil”, disse a empresa, em nota.
Apesar de ter assinado o contrato, a jornalista afirma que nunca trabalhou para a empresa. Em nota divulgada nesta quinta-feira, 18, o ex-presidente disse “não ter condições” de se manifestar enquanto “a referida empresa” não fizesse os esclarecimentos necessários.
“Trata-se de um contrato feito há mais de 13 anos, sobre o qual não tenho condições de me manifestar enquanto a referida empresa não fizer os esclarecimentos que considerar necessários”, dizia um trecho da nota do ex-presidente.
FHC lamenta ‘uso político de questão pessoal’
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reafirmou nesta sexta-feira, 19, que nunca utilizou qualquer empresa, exceto bancos, para fazer remessas de recursos a pessoas no exterior e lamentou o “uso político de uma questão pessoal” no episódio envolvendo a jornalista Miriam Dutra, com quem ele teve um relacionamento extraconjugal nos anos 1980 e 1990.
“Todas as remessas internacionais que realizou obedeceram estritamente à lei, foram feitas a partir de contas bancárias declaradas e com recursos próprios resultantes de seu trabalho. Não tem fundamento, portanto, qualquer ilação de ilegalidade. O presidente lamenta o uso político de uma questão pessoal”, afirmou em nota a assessoria do ex-presidente.