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André Nassar encerra depoimento na comissão do impeachment

Sessão foi mais curta porque os senadores da base do presidente interino Michel Temer foram orientados a não fazer perguntas para testemunha, com o objetivo de acelerar o processo

atualizado

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Jefferson Rudy/Agência Senado
comissão do impeachment
1 de 1 comissão do impeachment - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A Comissão Especial do Impeachment teve duração mais breve nesta terça-feira (14/6). Com acordo na base do governo Michel Temer para não fazer questionamentos às testemunhas, o último depoente do dia, André Nassar, do Ministério da Agricultura, foi dispensado após poucas perguntas por parte da defesa e senadores aliados de Dilma.

Nassar é ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Além do acordo dos senadores do governo Temer, ele próprio respondeu, por mais de uma vez, que a pergunta fugia ao escopo de seu trabalho e que ele não poderia respondê-la.

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) afirmou que a testemunha não tinha condições de responder às perguntas necessárias por não ser advogado e não ter trabalhado no Banco Central. Na sessão desta terça-feira, as testemunhas foram convidadas para falar sobre as operações de crédito entre o governo e o Banco do Brasil relativas ao Plano Safra.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) foi o único da base do governo Temer a fazer questões para André Nassar. Em certo momento, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) chegou a criticar o fato da sessão estar esvaziada, praticamente sem nenhum senador da base aliada de Temer.

Os aliados do governo queriam evitar que a sessão se estendesse e aproveitar para acelerar o processo. Terça-feira é dia de sessão deliberativa no Senado e, caso se iniciasse alguma votação no plenário da Casa, a comissão precisaria interromper seu trabalho.

Por precaução, a base de Temer adotou a estratégia de não fazer perguntas para as testemunhas de defesa para encurtar as sessões O objetivo é encerrar a sessão todos os dias antes da abertura de votações no plenário do Senado, evitando atrasos no calendário.

Nessa madrugada, o governo Temer sofreu uma derrota no processo de impeachment quando o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, aceitou o recurso da defesa para garantir uma perícia independente nos documentos que embasaram a denúncia do impeachment. O procedimento pode atrasar o calendário do impeachment.

Próximas sessões
A comissão vai continuar a ouvir testemunhas da defesa pelos próximos dias. Os advogados de Dilma têm direito de trazer até 40 testemunhas.

A sessão dessa quarta-feira, 15, está marcada para 11h e deve ouvir quatro testemunhas: Cilair Rodrigues de Abreu, ex-secretário-adjunto da Secretaria de Orçamento Federal; José Geraldo França Diniz, ex-subsecretário de Orçamento e Administração do Ministério da Previdência Social; Walter Baere de Araújo Filho, consultor jurídico do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e Hipólito Gadelha Remígio, consultor de Orçamentos do Senado.

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