metropoles.com

Artistas aguardam propostas do MinC

Representantes da classe artística comentaram a volta do Ministério da Cultura

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Prefeitura do Rio/Divulgação
Marcelo Calero
1 de 1 Marcelo Calero - Foto: Prefeitura do Rio/Divulgação

O novo ministro da Cultura, Marcelo Calero (foto no alto), será empossado na terça (24/5), quando pretende iniciar o que chama de “tempo de diálogo e de muito trabalho”, como escreveu em sua página no Facebook. “É preciso compreender a cultura dentro de uma visão democrática e inclusiva, valorizando a diversidade de nossas manifestações, especialmente as que surgem em nossas periferias.”

Ele terá de enfrentar também protestos, com vários prédios governamentais, inclusive a Funarte do Rio de Janeiro e de Brasília, ocupados por representantes da classe artística para pressionar o governo, empenhado em reduzir o número de ministérios. O presidente da Funarte, Francisco Bosco, aliás, recusou-se a conversar com Calero quando este ainda era secretário. O Caderno 2 ouviu representantes da classe artística sobre a volta do MinC.

Gage Skidmore/Reprodução

José Padilha, cineasta
A cultura, no mundo inteiro, é apoiada pelo Estado. Na Inglaterra, na França, na Alemanha, etc. O cinema americano, por exemplo, recebe infinitamente mais incentivos fiscais do que o cinema brasileiro. De modo que a ideia de que existe no Brasil uma “farra” de artistas feita com incentivos fiscais, e que isso é uma distorção em relação ao resto do mundo, é uma ideia que não corresponde aos fatos. Isto posto, o que me parece realmente importante é saber qual será a política cultural do pais, quanto do orçamento da União será alocado para a sua consecução, com base em que critérios e mecanismos será feita a alocação dos recursos disponíveis, e quem irá fiscalizar os produtores culturais que receberem estes recursos. A cultura precisa da organização mais inteligente, enxuta e eficiente possível para formular esta política e levá-la a cabo. O nome desta organização não me parece ser o mais importante. Sou a favor de chamá-la de Ministério da Cultura se isto acalmar o ânimo dos formadores de opinião do país. Mas não sem antes lembrar a eles que quem elegeu o Temer foram os eleitores da Dilma. Eu votei nulo.

Eduardo de Souza. Barata, produtor teatral
Foi uma grande vitória para a sociedade, para os profissionais de cultura e para o Brasil. O MinC é o espaço correto para as discussão e formulação de políticas públicas para o setor cultural. É o ministério que possui especialistas nas áreas de patrimônio público, em memória e em todos segmento das artes. Além de entender a preocupação em relação a um distribuição mais equilibrada de verbas para todas as regiões do País. A performance do Calero como gestor da pasta de cultura na cidade do Rio, foi de excelência. Além de estar sempre disponível para o diálogo. Já houve o compromisso de cumprir com o passivo do ministério e de liberar 230 milhões para isso, em até 4 meses. Também foi anunciado que o MinC terá 50% de aumento no orçamento de 2017.

Fernando Young/ReproduçãoPaula Lavigne, produtora
A recriação do Ministério da Cultura é uma vitória, como Caetano disse: “O MinC é uma conquista do Estado brasileiro, não é de nenhum governo”. E é isso, o MinC não pertence a nenhum governo para ser “tirado” e “colocado” a qualquer momento. Foi forte a pressão, conseguimos a volta do Ministério da Cultura, agora precisamos mostrar o nosso valor. Precisamos reconstruir a imagem da cultura. Não somos um ônus, um custo desnecessário para o Estado. Somos geradores de empregos diretos e indiretos, pagamos impostos, participamos para a riqueza do país, não só da “imaterial”, da “alma”, mas principalmente da material. Somos um setor importante da economia que também está sofrendo com a crise, que também enfrenta o desemprego. A indústria criativa não pode ser tratada como coisa de “vagabundos que mamam nas tetas do governo”. Há pesquisas que provam: empregamos mais que o setor automobilístico. Muita gente pensa que o Ministério da Cultura se resume em Lei Rouanet, e não é isso. A Lei Rouanet também precisa de reformas, é inegável, mas assim como muitos setores no sistema brasileiro. Ninguém pode viver sem arte. Não somos “vagabundos”, somos artistas, produtores e trabalhadores dignos, como qualquer outra profissão.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?