Após apelo da OAS a ex-ministro, Caixa liberou R$ 30 milhões para obra do governo de Agnelo e Filippelli
Investigadores da Operação Lava Jato analisam mensagens trocadas entre o ex-presidente da empreiteira e Carlos Gabas para acelerar liberação de recursos do BRT Sul, o Expresso DF
atualizado
Compartilhar notícia
Um mês após a empreiteira OAS apelar ao ex-ministro da Previdência Social Carlos Gabas para que ele intercedesse na liberação de recursos para as obras do BRT Sul de Brasília, a Caixa Econômica Federal liberou R$ 30 milhões. O valor foi repassado ao Governo do Distrito Federal em novembro de 2014. A empresa participa do consórcio que construiu o o Expresso DF, ramal do transporte público que liga a cidade de Santa Maria ao Plano Piloto.
Mensagens obtidas pelos investigadores da Lava Jato no celular de José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, indicavam que Gabas, atual secretário especial de Previdência do governo Dilma Rousseff, intermediou negócios da empreiteira com o governo do DF em 2014, comandado na época por Agnelo Queiroz (PT) e pelo vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB).Na ocasião, Gabas era secretário executivo do Ministério da Previdência – pasta que comandou de janeiro a outubro de 2015
Segundo o Governo do DF, entre junho de 2013 e junho de 2015, a Caixa repassou R$ 390,9 milhões para a obra do BRT. O último repasse antes da mensagem de Léo Pinheiro havia sido em 29 de maio de 2014, no valor de R$ 50,550 milhões. Seis meses após o repasse anterior e um mês depois da troca de mensagens, em 28 de novembro de 2014, foram depositados os R$ 30 milhões.
A Caixa alegou “sigilo bancário” para não detalhar as operações financeiras envolvendo a obra. A OAS não tem comentado as mensagens. Gabas nega tráfego de influência e afirma que “não está na Lava Jato” e não tem “nada a ver com a OAS”.
Procurados pelo Metrópoles, o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PDMB) informaram que não vão se manifestar sobre o assunto neste momento.
A assessoria de imprensa de Filippelli afirmou que “não há sentido se pronunciar porque a conversa não se dá entre o ex-vice-governador”. Já o advogado Paulo Guimarães, que defende Agnelo, informou que “enquanto não se tem conhecimento do inteiro teor das gravações, não há como emitir qualquer comentário.