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Aécio nega ter recebido propina de Furnas

A declaração de Delcídio confirmou depoimento o prestado pelo Alberto Youssef. De acordo com o doleiro, Aécio recebia propina da empresa subsidiária da Eletrobras, mas a informação não foi investigada

atualizado

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Marcos Oliveira/Agência Senado
Aécio Neves
1 de 1 Aécio Neves - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Em delação premiada homologada nesta terça-feira (15/3), pelo Supremo Tribunal Federal, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebia vantagens ilícitas desviadas da diretoria de engenharia de Furnas. De acordo com o petista, o esquema era operado pelo ex-diretor Dimas Toledo, que teria “vínculo muito forte” com o tucano.

Delcídio afirma que os desvios eram repartidos entre Aécio e o ex-deputado José Janene, do PP. O senador petista cita uma conversa que teve com o Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, no qual o então presidente afirmou ter sido procurado por Janene e por Aécio para que Dimas continuasse a frente da diretoria de engenharia de Furnas.

“Agora o PT, que era contra, está a favor. Pelo jeito ele está roubando muito!”, teria dito o ex-presidente. Delcídio afirma que seria necessário muito dinheiro para manter três grandes frentes de pagamentos a três partidos importantes (o PP, o PSDB e o PT).

Aos investigadores, Delcídio afirma não conhecer como funcionava o esquema em Furnas, mas garante que a empresa foi usada sistematicamente “em vários governos” para repassar valores aos partidos, da mesma maneira como ocorreu com a Petrobras, conforme revelou a Operação Lava Jato.

Dimas é apontado por Delcídio como um “super diretor”, com grande capilaridade política dentro de Furnas, e que os demais diretores eram “meros coadjuvantes” na empresa. De acordo com o senador, Dimas ainda tem grande influência política, tendo conseguido eleger deputado federal o filho Dimas Fabiano (PSDB-MG).

O esquema em Furnas já havia sido citado na delação premiada do doleiro Alberto Youssef. As informações do delator sobre Aécio, no entanto, não foram suficientes para que a Procuradoria-Geral da República requisitasse inquérito para investigar o tucano na Lava Jato.

Delcídio Amaral disse ainda que o senador Aécio Neves atuou para maquiar as contas do Banco Rural durante CPI Mista dos Correios. Presidida por Delcídio em 2005, a comissão investigou o mensalão. O delator também disse ter ouvido que o tucano mantém conta no paraíso fiscal de Liechtenstein.

Aécio rebate acusações
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), divulgou uma nota na qual afirma que as citações sobre ele feitas pelo senador e ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (sem partido-MS), em delação premiada homologada no período da manhã pelo Supremo Tribunal Federal (STF), são “todas elas falsas”. Segundo o tucano, as menções são “mentirosas” que não se sustentam na realidade e se referem apenas a “ouvi dizer” de terceiros.

Na nota, o tucano rebate cada um dos três pontos em que Delcídio, que pediu desfiliação do PT mais cedo, citou-o. No primeiro caso, ele rebate o fato de uma fundação que a mãe de Aécio planejou criar no exterior. Segundo ele, é um “assunto requentado”, amplamente divulgado pela internet, mas que foi investigado e arquivado pela Justiça e pelo Ministério Público Federal há vários anos.

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