Renan Calheiros deve manter o rito do impeachment do Senado
Presidente do Senado convocou uma reunião emergencial em sua residência no Lago Sul. De acordo com o senador José Agripino Maia, um dos participantes da conversa, a programação na Casa será mantida
atualizado
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) convocou uma reunião de emergência em sua residência oficial, no Lago Sul. O encontro ocorre horas depois de Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara, ter tomado a decisão de anular a votação na Casa do pedido de impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia, esteve na reunião e, ao sair do encontro, afirmou que Renan seguirá com a leitura do relatório do impeachment. “Ele deve chegar às 16h no Senado. Esperamos que a lógica seja seguida. O rito, a lei, o respeito à Casa”, afirmou.
Perguntado sobre as possíveis motivações da suspensão do processo, requisitado pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, Agripino foi direto: “pergunte a ele”.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também esteve no encontro e afirmou que Renan Calheiros deve mesmo ler o relatório. “Não houve uma reunião formal, mas o presidente Renan Calheiros deu a entender que a decisão do presidente da Câmara foi intempestiva. Não há como analisar um processo 30 dias depois da votação. O rito só pode ser revisto em 48 horas”. Ainda segundo Rodrigues, o partido não deve buscar o STF, pois não é momento de judicializar o processo. “É a hora da política”.
O senador Paulo Rocha (PT), acredita que será difícil de realizar a leitura. “Deve chover questões de ordem. Caberá ao presidente julgar cada uma”.
Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), não há ainda uma resolução. “pelo tom da conversa, só saberemos da decisão quando o presidente do Senado fizer seu pronunciamento. Mas ao meu ver é uma situação delicada. Se ele ler o relatório estará ignorando a decisão do presidente da Câmara. Acho que, nesse caso, o ideal é cumprir a decisão e adiar a leitura”.
Um dos últimos a sair foi o presidente da comissão do impeachment no Senado, Raimundo Lira (PMDB-PB), que fez críticas a decisão de Waldir Maranhão. “A Câmara não tem mais nada a ver com o processo. Não há argumento jurídico ou efeito prático para interferir no andamento do calendário do Senado”.
Também participaram da reunião o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Raimundo Lira (PMDB-PB), Romero Jucá (PMDB-RR), Gladson Cameli (PP-AC), Omar Aziz (PSD-AM), Gleisi Hoffman (PT-RS) e Fátima Bezerra (PT-RN).
Às 16h, o presidente do Senado sai de sua residência e se dirige ao Congresso nacional. O parlamentar não quis falar com os jornalistas.
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