PF deflagra operações mirando Postalis e SBM
Operação Positus mira em esquema de corrupção no fundo de pensão. Operação Sangue Negro envolve empresa que teria intermediado contratos entre a SBM e a Petrobras
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou duas operações nesta quinta-feira (17/12), que atingem o Postalis, pelo fundo de pensão dos funcionários dos Correios, e a empresa SBM. A Operação Positus mira em esquema de corrupção no fundo de pensão. A Operação Sangue Negro envolve uma empresa que teria intermediado os contratos entre a SBM e a Petrobras.
A Positus apura irregularidades no fundo de pensão, controlado pelo PT e PMDB, que teriam ocorrido entre 2006 e 2011. Estão entre os investigados o ex-presidente Alexej Predtechensky e o ex-diretor financeiro Adilson Florencio da Costa. A PF apura operações envolvendo a criação de dois fundos de investimentos que foram ingeridos pela empresa Atlântica Administradora de recursos.
O inquérito descobriu que os valores dos dois fundos foram transferidos para os Estados Unidos e passaram a ser movimentados por ordem da Atlântica, de propriedade dos empresários Fabrizio Dulcetti Neves e André Barbieri.
Sangue Negro
A Operação Sangue Negro investiga o desvio de dinheiro de contratos da Petrobras para o pagamento de propina a partir de 1997. A PF cumpre 9 mandados: 5 de busca e apreensão e 4 de prisão preventiva no Rio, em Angra e Curitiba.
Segundo a PF, a apuração teve início antes da Operação Lava Jato, “embora todos os seus alvos estejam relacionados aquela investigação”. Dois mandados de prisão foram expedidos contra pessoas já presas em Curitiba, base da Lava Jato: o ex-diretor de Serviços Renato Duque, ligado ao PT, e o ex-diretor da área Internacional Jorge Zelada, ligado ao vice-presidente Michel Temer.
As buscas estão sendo feitas nas residências dos investigados e em uma empresa do ramo da prospecção de petróleo.
De acordo com a PF, a empresa alvo de buscas recebia repasses de contratos entre a Petrobras e a SBM, da ordem de 3% a 5%, dos quais 1% eram depositados em offshores no exterior. “Esse dinheiro retornava em forma de pagamento de propina”, explica nota da PF.
São investigados na operação os crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro.
Petrobras
Quatro ex-funcionários da Petrobras estão entre os 12 denunciados pelo MPF. São o ex-gerente-executivo de Engenharia Pedro José Barusco Filho, o ex-diretor da Área Internacional Jorge Luiz Zelada, o ex-diretor de Serviços Renato Duque (já investigados na Operação Lava Jato) e o membro da Comissão de Licitação Paulo Roberto Buarque Carneiro.
Duque foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa. Os demais são acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa.
Segundo o MPF-RJ, do final de 1997 ao início de 2012, a partir do uso de empresas offshore de fachada, houve pagamentos indevidos na Suíça de pelo menos US$ 46 milhões, relativos aos contratos dos navios FPSO II, FPSO Espadarte (Cidade de Anchieta) FPSO Brasil, FPSO Marlim Sul, FPSO Capixaba, turret da P-53, FPSO P-57 e monoboias da PRA-1.
A denúncia do MPF abrange ainda a contribuição pedida por Renato Duque aos agentes da SBM, no valor de US$ 300 mil, para a campanha presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2010.