Parte de ciclovia inaugurada este ano desaba no RJ. Dois morreram
Motivo seria a forte ressaca que atinge a orla carioca na manhã desta quinta-feira (21/4). Informações preliminares apontam que cinco pessoas teriam caído no mar
atualizado
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Um trecho de mais de 50 metros da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, a cerca de 800 metros da praia de São Conrado, no Rio de Janeiro, desabou na manhã desta quinta-feira (21/4). De acordo com o jornal O Globo, dois corpos foram encontrados.
As vítimas seriam dois homens. Um deles foi identificado como Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos. O motivo do desabamento seria a forte ressaca que atinge a orla carioca nesta manhã. O fenômeno ocorre quando o mar agitado inunda a faixa de areia e as ondas quebram muito próximas à orla.
A via, inaugurada em janeiro deste ano, custou R$ 45 milhões aos cofres públicos. A ciclovia liga o Leblon a São Conrado e tem 3,9km de extensão. O acidente fez com que a Avenida Niemeyer ficasse interditada nos dois sentidos. De acordo com o Estado de S. Paulo, técnicos da prefeitura vão avaliar se há riscos de novos desabamentos na ciclovia. Ainda segundo o jornal, cinco pessoas teriam caído no mar e o Corpo de Bombeiros foi acionado para realizar as buscas.
Integrantes do movimento Salvemos São Conrado visitaram o local para tentar afastar as pessoas e evitar riscos. Um casal que tinha acabado de atravessar a ciclovia fez imagens da tragédia.
“Descaso dos governantes”
O ator Marcelo Faria, que mora num condomínio em São Conrado em frente à ciclovia Tim Maia, acompanhou o resgate dos corpos do mar. Todos os dias, ele usa a via para levar a filha ao colégio, na Gávea, para visitar a mãe, no Leblon, e também a trabalho. Em janeiro, com a inauguração, ficou “muito animado”, pois, antes dela, ele pedalava pela Avenida Niemeyer, junto aos carros, arriscando-se. Para Faria, a ciclovia não estava bem fixada nas vigas sobre as quais foi encaixada.
“Minha mulher me chamou quando viu um corpo sangrando e boiando no mar. Eu achei que fosse um pescador. Depois o segurança do condomínio chegou dizendo que a ciclovia tinha desabado. Quando inauguraram, foi um alívio, pois eu não precisaria mais me arriscar na Niemeyer e poderia andar com minha filha, de 5 anos. Eu uso todo dia, e, muitas vezes, com ela na garupa. A primeira sensação que eu tive foi de que poderia ter sido a gente”, contou o ator, por telefone, à Agência Estado.
“É realmente um descaso dos nossos governantes a obra não ter sido testada. Projetaram uma prancha em cima de um pilar de concreto sem que ela estivesse bem calcada. Ela foi encaixada com o próprio peso. Ou seja, qualquer força que viesse de baixo ia jogá-la para cima. Um acidente como esse mostra que os inocentes podem morrer e tudo certo, as pessoas não vão ser julgadas.” Com informações da Agência Estado.