Eike deve dividir cela com presos comuns por não ter curso superior
“Sou engenheiro por formação, ainda que não tenha completado a graduação”, escreveu o empresário em sua biografia, “O X da questão” (2011)
atualizado
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O empresário Eike Batista não terá regalias na cadeia, caso seja preso pela Polícia Federal na Operação Eficiência — fase da Lava Jato no Rio de Janeiro: pode dividir cela com presos comuns. Isso porque o ex-bilionário não possui diploma de formação em curso superior, o que foi revelado por ele em sua biografia, “O X da questão”, escrita pelo jornalista Roberto d’Ávila e lançada em 2011.
No Brasil, a Polícia Federal cumpre mandados de prisão, busca e apreensão nesta quinta-feira (26/1) em mais uma fase da Operação Lava Jato, no Rio. O principal alvo dos agentes é Eike, dono do grupo EBX, contra quem foi expedido mandado de prisão preventiva. Aos agentes que foram cumprir a ordem judicial, o advogado do empresário, Fernando Martins, informou que ele está viajando para fora do país e vai se entregar assim que retornar.“Estudei engenharia metalúrgica na Universidade de Aachen, na Alemanha. Rodei o mundo. Falo cinco idiomas. Sou engenheiro por formação, ainda que não tenha completado a graduação. Fui vendedor de seguros”, escreveu o empresário no primeiro parágrafo da introdução do livro.
Para a PF, Eike já é considerado um foragido da Justiça. De acordo com a PF, são investigados crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente US$ 100 milhões. “Boa parte dos valores já foi repatriada. Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa”, informou a corporação em nota.
A Operação Eficiência identificou a remessa de US$ 100 milhões para contas no exterior em favor de Sérgio Cabral e seus operadores de propinas. “Eu diria que esses US$ 100 milhões é algo além do inimaginável”, afirmou o procurador.
A polícia cumpriu quatro mandados de prisão, dos nove mandados expedidos pela Justiça: Alvaro Novis, Flavio Godinho, Tiago Aragão e Francisco Novis. Três já estavam presos — Sergio Cabral, Wilson Carlos e Carlos Miranda. Não foram cumpridos mandados contra Francisco de Assis e Eike Batista.