1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro tampa o rosto e boca durante acompanhado de ministro e autoridades, participam da cerimônia “Brasil pela Vida e pela Família
- Foto: Igo Estrela/Metrópoles
Com a proximidade das eleições, era de se esperar que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição tivesse uma estratégia definida. Até o momento, no entanto, o atual mandatário da República “patina” entre os mais variados assuntos, como definem interlocutores próximos ao presidente.
Atualmente, há ao menos quatro grupos trabalhando para que Bolsonaro siga na Presidência da República:
o bunker digital do Planalto;
o núcleo de campanha e marqueteiros partidários;
a Secretaria de Comunicação da Presidência; e
os responsáveis pelas redes sociais de Bolsonaro.
Eles, porém, não estão unificados, e brigam por destaque. Somado a isso, o presidente Jair Bolsonaro ainda faz declarações consideradas por aliados como “problemáticas”, pois podem afastar eleitores mais moderados, com potencial para fazê-lo vencer o pleito de outubro.
Interlocutores já dizem que a “falta de sintonia” faz com que a campanha de Bolsonaro não tenha um “norte”, o que acaba por prejudicar a imagem do presidente, como vem sendo mostrado nas recentes pesquisas eleitorais, que apontam ampla vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas intenções de voto.
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Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022
Reprodução/Instagram
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Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigos
Hugo Barreto/Metrópoles
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Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depois
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais
Getty Images
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Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiam
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a Jair
JP Rodrigues/Metrópoles
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Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da República
Daniel Ferreira/Metrópoles
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Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticos
Instagram/Reprodução
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Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidente
Igo Estrela/Metrópoles
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Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outros
Alan Santos/PR
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Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidente
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De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga Netto
O núcleo de reeleição do chefe do Executivo, comandado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do presidente, argumenta que a falta de alinhamento só prejudica Bolsonaro, e insiste em centralizar a campanha. Nenhum lado, no entanto, aceitou ceder até o momento.
No início do mês, quando as inserções partidárias do PL começaram, a divergência entre os grupos começou a vir a público. Na primeira peça eleitoral que foi ao ar, o presidente Jair Bolsonaro aparece no meio de jovens defendendo a família.
Nas redes sociais, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que comanda as redes sociais do presidente desde 2018, desdenhou da publicidade. Por várias vezes, Jair Bolsonaro já disse que sua vitória nas eleições passadas ocorreu graças ao filho.
Vou continuar fazendo o meu aqui e dane-se esse papo de profissionais do marketing…. Meu Deus! 😂😂😂
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) June 2, 2022
Na última semana, Flávio Bolsonaro rebateu as críticas do irmão, e disse que as inserções “foram perfeitas”.
“Isso foi fruto de muito trabalho, de muito estudo. Aquelas pessoas que são contaminadas por distorções, acusações falsas, por mentiras em relação a Bolsonaro, precisam conhecer quem ele é de verdade. E ele é aquilo que está na propaganda. Uma pessoa que conversa, que cuida do país”, disse o senador.
As inserções foram fruto do trabalho do publicitário Duda Lima. O marqueteiro presta serviço ao PL há 20 anos, e foi convocado para a campanha de Bolsonaro no ano passado pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
Michelle como “carta na manga” das inserções
O desentendimento não se limitou apenas entre os filhos do presidente. Em maio, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se filiou ao PL, partido de Bolsonaro. A ideia era que a filiação viabilizasse sua participação nas inserções, como determina a legislação eleitoral.
O comitê de reeleição do atual presidente viu na primeira-dama a chance de reduzir a rejeição de Bolsonaro entre as mulheres. Michelle, no entanto, ainda não compareceu às gravações das peças de propaganda eleitoral.
A expectativa era de que as filmagens ocorressem na semana passada, mas a primeira-dama acabou desmarcando o compromisso. Ela alegou motivos de agenda, sem entrar em mais detalhes. Até o momento, não remarcou as datas.
Com a ida da primeira-dama aos Estados Unidos, para acompanhar o marido durante agenda internacional, o PL viu o tempo ficar curto e passou a admitir que não será mais possível que Michelle entre nos materiais que serão veiculados ainda neste mês.
Caso Michelle desista de participar das inserções, o PL já prepara a deputada e ex-ministra Flávia Arruda (PL-DF) para substituir a primeira-dama. O partido, porém, ainda tenta articular a presença da esposa do presidente nos programas de horário eleitoral, que terão início em agosto.
Mesmo que fique de fora das peças eleitorais, a primeira-dama já cumpre outra estratégia de campanha: a de acompanhar Bolsonaro em agendas. Desde o início do ano, os dois aumentaram as aparições públicas em eventos pelo país e o próprio presidente disse que isso deve ocorrer com mais frequência.
Além de atrair o público feminino, o núcleo de campanha do mandatário da República diz que Michelle, considerada uma “carta na manga”, tem grande potencial para aproximar, ainda mais, Bolsonaro do público religioso.
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1 de 13Instagram/Reprodução
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O clã Bolsonaro – o oficial – é composto pelo presidente Jair, a primeira-dama Michelle, a filha Laura, o senador Flávio, o vereador Carlos, o deputado Eduardo e o influencer Jair Renan
Reprodução/Redes Sociais
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No olho do furacão, não é incomum as tretas familiares ganharem os holofotes
HUGO BARRETO/ Metrópoles
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Para começar, ao que parece, a relação entre os três primeiros filhos do presidente e a primeira-dama Michelle não é uma das melhores
Agência Brasil
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De acordo com o jornalista Leo Dias, isso não é recente. Na verdade, eles nunca se deram bem, desde o início do namoro do pai
Divulgação Twitter
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Michelle Bolsonaro e Rogéria Braga, ex-mulher de Bolsonaro e mãe de Eduardo, Flávio e Carlos, não mantêm uma relação amistosa
Reprodução redes sociais
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As desavenças entre os irmãos também não são novidade nos corredores do Planalto
Daniel Ferreira/Metrópoles
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Flávio Bolsonaro, por exemplo, vive em pé de guerra com Carlos, o irmão do meio
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Às vezes, tanto ele quanto Eduardo ficam meses sem falar com o primogênito
Instagram/Reprodução
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Jair Renan, o filho 04 do presidente com Ana Cristina Valle, entrou em confusão com os meio-irmãos na internet após afirmar que não via problemas em namorar uma petista
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), por exemplo, foi um dos que provocou o irmão: “Você está de sacanagem?”
Igo Estrela/Metrópoles
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A caçula do presidente é Laura, fruto do casamento de Jair com Michelle. Diferentemente dos irmãos, a menina nunca se envolveu em polêmicas
Reprodução
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Apesar de tudo, Bolsonaro segue tentando apaziguar a relação da família
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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